Quase 17 milhões de brasileiras sofreram ou vivem em risco de feminicídio no Brasil. A situação de insegurança é equivalente a duas em cada dez mulheres são ameaçadas de morte pelo próprio parceiro ou ex-companheiro.
Essa é a estimativa da pesquisa “Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio”, divulgada nesta segunda-feira (25). O estudo foi realizado pelo Instituto Patrícia Galvão e Consulting do Brasil, com apoio do Ministério das Mulheres.
Na pesquisa, que ouviu 1.353 mulheres com 18 anos ou mais, nove em cada dez entrevistadas responderam que o feminicídio poderia ser evitado se a mulher recebesse proteção do Estado e apoio da sociedade.
De acordo com a pesquisa, a dependência econômica do agressor é o principal motivo para 64% das mulheres entrevistadas não conseguirem romper os relacionamentos abusivos.
A segunda razão que dificulta a fuga do convívio violento, para 61% das entrevistadas, é acreditar que o companheiro se arrependeu das agressões ou que mudará o próprio comportamento.
“O fortalecimento da autoestima, mas principalmente a independência financeira despontam como os principal tipos de apoio de que as mulheres precisam para sair da relação violenta”, afirma a pesquisa.
A sensação de impunidade e descrença sobre a efetividade das leis e políticas públicas é comum entre as mulheres. Ao menos duas em cada três acham que nada acontece com os criminosos da Lei Maria da Penha, de acordo com o estudo.
Em outubro, o presidente Lula sancionou a lei que aumenta a pena para o feminicídio, que passou de 12 a 30 anos de reclusão para 20 a 40 anos.