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segunda-feira, 4 novembro, 2024

Dor no peito pode ser sinal da Síndrome do Coração Partido

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Parece infarto, com sinais até similares, mas não é. Uma pessoa com a saúde em dia, exames todos controlados, sente que seu coração dói, vai para o hospital, faz um eletrocardiograma e os resultados não mostram nenhuma anormalidade. Se essa situação já aconteceu com você, especialmente se passou por um processo de grande emoção, perda de alguém querido, um término de relacionamento, isso pode ser sinal da Síndrome do Coração Partido, que tem relação com o estado psicológico.
Considerada um problema raro que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar ou cansaço, e que surge em períodos de grande estresse emocional, a síndrome do coração partido, também chamada de cardiomiopatia do estresse ou Síndrome de Takotsubo (coração adquire semelhança com armadilha japonesa para captura de polvo) é uma doença de origem fisiopatológica complexa, ainda em estudo.
Segundo o cardiologista e docente do Curso de Medicina do Centro Universitário Max Planck, Michel Cecilio, “coração partido”, na maioria das vezes não provoca infarto, mas sim uma apresentação clínica igual a este, compreendendo 1 a 2% dos casos que se apresentam nas emergências considerados suspeitos de infarto.
“90% dos casos de infarto são gerados por conta de placas de gordura instaladas nas artérias coronárias que nutrem o coração e que em condições de maior estresse como forte emoções, uma atividade física em grande intensidade e sem o preparo necessário, dentre outros, pode levar a ruptura destas gerando um infarto agudo do miocárdio”, explica. “Porém, 10% das causas de infarto podem estar relacionados a outras etiologias dentre elas o espasmo da artéria, tendo como principal fator de indução o estresse emocional, condição esta fortemente relacionada a teoria fisiopatológica da Síndrome do Coração Partido”, acrescenta o médico.
Conforme o especialista, a síndrome do coração partido nada tem a ver com acúmulo de placas de gordura, mas a fortes descargas de emoção, que vem desde uma perda de alguém querido a um término de um relacionamento. “É uma doença rara. Durante a síndrome, parte do ventrículo do coração não contrai corretamente, simulando um infarto do miocárdio e resultando numa imagem semelhante a um coração partido”, explica.
A síndrome é um problema transitório, uma vez que o músculo cardíaco volta ao seu estado original após um certo tempo. “Com frequência é necessário receber medicamentos para diminuir o estresse em parte da musculatura do coração para permitir que ele relaxe e o sangue consiga transitar com mais facilidade”, esclarece.
A prevenção se consiste principalmente na gestão do estresse emocional por meio de aprimoramento individual utilizando recursos como realização de exercícios físicos, alimentação saudável, qualidade do sono e até mesmo atividades em grupo, uma vez que a sociabilização proporciona momentos de descontração que são psicologicamente positivos.

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