O governo Lula lançou, em setembro de 2024, um plano de ação para combater a dengue e outras arboviroses até 2025, com um investimento de R$ 1,5 bilhão. O plano tem como objetivo reduzir o número de casos e mortes causadas por doenças como dengue, chikungunya, zika e oropouche. Ele se baseia em seis eixos principais: prevenção, vigilância, controle de focos do mosquito, organização da rede de saúde, preparação para emergências e campanhas de comunicação.
A iniciativa busca antecipar as ações para controlar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor dessas doenças, e evitar que a situação se agrave com o aumento das temperaturas. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância de preparar a sociedade para combater o mosquito em casa, complementando os esforços das autoridades de saúde. O plano também inclui a meta de tornar o verão de 2025 o período com menos casos de dengue na história do país.
O plano de ação se organiza em seis eixos principais: prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial, preparação para emergências e comunicação e participação comunitária. A implementação das medidas será feita em colaboração com estados e municípios.
“O objetivo é reduzir tanto o número de casos prováveis quanto de mortes”, declarou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A estratégia foi revelada em uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O presidente destacou que o combate à dengue deve ser um compromisso coletivo e afirmou que o objetivo do governo é ter “o verão com menos dengue da história do país”.
“Queremos transmitir a ideia de que cada cidadão brasileiro deve ser seu próprio médico no que diz respeito ao cuidado com a dengue. Precisamos cuidar das nossas próprias casas”, declarou Lula.
Nos primeiros meses do ano, o Brasil enfrentou um aumento significativo na incidência da dengue. Segundo o Ministério da Saúde, entre janeiro e agosto, o número de casos aumentou em 300% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
A ministra da Saúde atribui o crescimento dos casos à mudança climática e às características do vírus, que possui quatro sorotipos distintos.
Dados atualizados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, de 17 de setembro, revelam que houve 5.360 mortes por dengue em 2024, com outros 1.867 óbitos em investigação para determinar se estão relacionados à doença.
O total de casos prováveis ultrapassa 6,5 milhões, com uma mortalidade em casos graves de 5,43% e uma letalidade geral de 0,08%.
“Se cada um fizer sua parte e garantir que não haja nenhum espaço para os mosquitos se reproduzirem em seus quintais, teremos muito mais chances de combater a chikungunya, a dengue e outras arboviroses no país”, afirmou Lula.
Ações
Entre as medidas previstas no plano está a “incorporação gradativa” de vacinas contra a dengue, conforme a produção dos fabricantes. A ministra da Saúde informou que o Instituto Butantan deve enviar, nas próximas semanas, uma vacina para avaliação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Prevenir é melhor que remediar”, afirmou Nísia, ressaltando que a dengue é um problema global e que é necessário implementar uma “vigilância ativa”. O plano também inclui um mutirão para realizar cirurgias em crianças com sequelas da zika.
Nísia anunciou que, dentro do orçamento da pasta, está previsto um investimento de aproximadamente R$ 1,5 bilhão para financiar essas ações, incluindo a aquisição de vacinas e portarias emergenciais.