publicidadespot_imgspot_img
27.9 C
Jundiaí
segunda-feira, 14 outubro, 2024

Estresse crônico e depressão aumentam risco de Alzheimer, revela estudo

publicidadespot_imgspot_img

Um estudo recente publicado na revista científica Alzheimer’s Research & Therapy identificou uma possível relação entre a Doença de Alzheimer e condições como estresse crônico e depressão. De acordo com Roger Reis, neurologista do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, a descoberta reforça a importância de um cuidado integrado com a saúde mental e física para a prevenção da doença.
O Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que leva à perda progressiva de neurônios em áreas do cérebro responsáveis por funções cognitivas como memória e linguagem, é a forma mais comum de demência no Brasil, afetando 1,2 milhão de pessoas. Estima-se que 100 mil novos casos da doença sejam diagnosticados a cada ano no país, segundo o Ministério da Saúde.
“O risco de desenvolver Alzheimer é significativamente maior em pacientes que sofrem de estresse crônico ou depressão, o que destaca a necessidade de um foco maior em estratégias de prevenção. Precisamos agir agora para reduzir esses números alarmantes, especialmente considerando o envelhecimento da população”, afirma o médico.

Estresse crônico e depressão
Segundo o estudo, o risco de desenvolver Alzheimer dobra em indivíduos com estresse crônico ou depressão, especialmente em adultos de 18 a 65 anos, que apresentam maior probabilidade de comprometimento cognitivo à medida que envelhecem.
Dados da Organização Mundial da Saúde indicam que 11,7 milhões de brasileiros, ou 5,8% da população, sofrem de depressão, reforçando a relevância desses fatores de risco.

Fatores de risco e prevenção
Conforme esclarece o neurologista, embora a doença geralmente se manifeste após os 65 anos, menos de 5% dos casos são considerados de início precoce. Além do envelhecimento, fatores como predisposição genética, histórico familiar e condições como baixa escolaridade, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, depressão e estilo de vida sedentário são contribuintes conhecidos para o desenvolvimento do Alzheimer.
“A principal teoria que explica o desenvolvimento do Alzheimer é a chamada ‘cascata da proteína amiloide’, na qual depósitos anormais dessa proteína no cérebro causam a degeneração dos neurônios. Além dos sintomas típicos de perda de memória, a doença pode se apresentar com alterações comportamentais, afasia progressiva ou déficits visuoespaciais”, explica.

Importância do diagnóstico precoce
Roger enfatiza que a identificação precoce do Alzheimer é crucial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Os primeiros sinais podem ser sutis, como esquecimentos frequentes, desorientação e alterações no humor. É fundamental procurar um especialista assim que esses sintomas forem observados”, recomenda.
Testes de estado mental, como o Mini Exame do Estado Mental, e exames de neuroimagem, como a ressonância magnética, são ferramentas importantes no diagnóstico.

Novas terapias
Recentemente, o tratamento do Alzheimer tem avançado com o uso de anticorpos monoclonais, como aducanumabe, donanemab e lecanemab, que mostraram potencial para retardar a progressão da doença.
“Essas terapias inovadoras oferecem uma nova esperança para os pacientes, permitindo que o avanço da doença seja controlado de forma mais eficaz”, acrescenta o neurologista.

Prevenção e cuidados com a saúde cerebral
Manter a saúde cerebral é fundamental para prevenir demências. Dr. Reis recomenda a prática regular de atividades físicas, melhoria da qualidade do sono, controle do peso e a adoção de hábitos saudáveis, como evitar alimentos ultraprocessados e manter o cérebro ativo com novas experiências cognitivas.
“Com cuidados preventivos adequados e um diagnóstico precoce, muitos pacientes podem conviver com Alzheimer por anos, mantendo uma boa qualidade de vida”, conclui o especialista.

PUBLICIDADEspot_img

SUGESTÃO DE PAUTAS

PUBLICIDADEspot_img

notícias relacionadas