O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi denunciado à ONG Me Too Brasil por assédio sexual a mulheres, incluindo uma colega, a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial). A entidade, que acolhe vítimas de violência sexual, confirmou ter sido procurada por mulheres que relataram assédio sexual do ministro.
No caso de Anielle, os relatos de casos ocorridos no ano passado incluem toques nas pernas, beijos inapropriados ao cumprimentá-la, além de o próprio ministro ter-lhe dito expressões chulas, de conotação sexual.
A ministra Anielle Franco não se pronunciou sobre o caso, mas também não o negou, tampouco a primeira-dama Janja, sempre tão falante, manteve o mesmo silêncio de quando um dos filhos de Lula, Luiz Cláudio, foi denunciado por agredir a ex-mulher.
Após um longo período de silêncio, já era noite quando o ministro divulgou nota em que se diz inocente, mas a própria Secretaria de Comunicação (Secom) da presidência da República divulgou informação de que o governo decidiu investigar as denúncias.
Em sua nota, Almeida diz que “repudia com absoluta veemência” o que chama de “mentiras que estão sendo assacadas contra mim”, citando a família. “Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.”
Já a Secom, em sua nota, informa que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o ministro “foi chamado esta noite a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias”, o que não teria acontecido sem uma confirmação preliminar denúncias publicadas em veículos como o site Metropoles.
A Secom diz ainda que o ministro estaria solicitando que a CGU, o Ministério da Justiça e a Procuradoria Geral da República investiguem o caso. “A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração”, diz.
A nota da Secom diz que o governo, além de reconhecer a gravidade das acusações, garante que o caso “está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem.”