A população brasileira registrou um crescimento de 4,68% no último ano, alcançando 212.583.750 habitantes, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Diário Oficial da União (DOU) em 29 de agosto de 2024. Essa estimativa refere-se à população residente no país em 1º de julho de 2024.
O aumento populacional de 9,5 milhões de pessoas em um ano marca uma aceleração significativa em comparação com o ano anterior. Em agosto de 2023, o IBGE estimava que o Brasil tinha 203.080.756 habitantes. Esse crescimento contrasta fortemente com as taxas mais modestas observadas em anos anteriores. Em 2022, o Censo Demográfico apontou uma população de 203.062.512 habitantes, com um incremento de apenas 12,3 milhões de pessoas ao longo de 12 anos.
O recente aumento populacional reflete uma tendência de crescimento acelerado que pode ter implicações significativas para políticas públicas e planejamento urbano, além de oferecer novos desafios e oportunidades para o desenvolvimento econômico e social do país.
Apesar do aumento expressivo na população brasileira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta uma reversão dessa tendência mais cedo do que o esperado. De acordo com dados divulgados na semana passada, o país atingirá seu pico populacional em 2041, com um total estimado de 220,4 milhões de habitantes. Após esse ponto, a população brasileira deverá começar a encolher, refletindo mudanças demográficas e tendências que poderão impactar o planejamento futuro e as políticas públicas.
Estados
Os estados mais populosos do Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – foram os principais responsáveis pelo recente aumento populacional. São Paulo liderou com um acréscimo de 1,5 milhão de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro com 1,1 milhão e Minas Gerais com 782,7 mil pessoas.
Entre os municípios, Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus se destacaram, com aumentos de 518,6 mil, 443,5 mil e 215,9 mil habitantes, respectivamente. O crescimento significativo de Manaus contribuiu para que o Amazonas superasse a Paraíba em termos absolutos de habitantes, alcançando 4,2 milhões e tornando-se o quarto estado com maior crescimento proporcional no país.
Quando analisado o crescimento proporcional da população, Roraima, Rondônia e Amapá se destacam no topo do ranking. Roraima, o estado menos populoso, teve um notável aumento de 12,58% entre 2023 e 2024, alcançando 716,7 mil habitantes.
Rondônia e Amapá também apresentaram crescimentos significativos, com aumentos de 10,44% e 9,41%, respectivamente. Além desses, outros 12 estados, incluindo Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará e Acre, registraram crescimentos superiores a 6% no último ano, contribuindo substancialmente para o aumento da média nacional.
Expansão populacional
O aumento populacional em Roraima está fortemente associado ao crescimento habitacional em cinco municípios que estão entre os 10 com maior crescimento proporcional no último ano. Pacaraima, localizado na fronteira com a Venezuela, e Boa Vista, a capital do estado, lideram esse crescimento, com aumentos de 14,50% e 13,71%, respectivamente. Esses números refletem a expansão significativa da população local e a crescente atratividade dessas áreas.
Vilhena, em Rondônia, ocupa o terceiro lugar no ranking de crescimento proporcional com um aumento de 13,25%. Em seguida, Uiramutã, Normandia e Rorainópolis, todos localizados em Roraima, registraram aumentos superiores a 12% no período. Esses dados destacam a rápida expansão populacional nessas regiões e a crescente dinamização do interior do Brasil.
Desaceleração nos Estados
Por outro lado, estados como Rio Grande do Sul, Piauí e Alagoas apresentaram um crescimento populacional mais lento, com taxas em torno de 3%.
Em contraste com o crescimento observado em muitas regiões, 188 municípios brasileiros registraram uma redução em sua população. A maioria dessas cidades está concentrada no Paraná (46 municípios), Goiás (45) e Mato Grosso (36).
Entre os municípios mais afetados, Nossa Senhora do Livramento, próximo a Cuiabá, foi o mais impactado, com uma perda de 1,2 mil habitantes. Abel Figueiredo, no Pará, enfrentou a maior diminuição proporcional, com uma redução de 10,36% em sua população.