Nesta segunda-feira (10), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que o Brasil está entre os poucos países que conseguiram diminuir a concentração bancária. Segundo ele, esse avanço se deve, em grande parte, às inovações tecnológicas que facilitaram a entrada de novas empresas no mercado financeiro.
Campos Neto ressaltou que a adoção de tecnologias emergentes tem sido crucial para promover uma maior competitividade no setor. “A digitalização e a inovação trouxeram novas oportunidades, permitindo que startups e fintechs se estabelecessem, oferecendo alternativas aos tradicionais bancos de grande porte”, explicou.
Com a diversificação de serviços e a entrada de novos players, o mercado bancário brasileiro tem experimentado uma descentralização, beneficiando consumidores com mais opções e condições favoráveis. Esse movimento é visto como um passo importante para fortalecer a economia e democratizar o acesso a serviços financeiros no país.
“Nós temos menos concentração agora”, afirmou, em um webinar da Constellation Asset.
“Isso não quer dizer que os bancos maiores estejam desempenhando pior. Muito pelo contrário, muitos dos grandes bancos estão indo bem, e todos estão abraçando a mudança tecnológica”, acrescentou.
Campos Neto, destacou que, ao contrário de muitos países que, desde a crise financeira de 2008, optaram por aumentar a concentração bancária para fortalecer seus sistemas financeiros, o Brasil está adotando uma abordagem diferente. Ele explicou que, com planejamento estratégico e a adoção de novas tecnologias, o país está conseguindo descentralizar seu sistema bancário.
“Muitos países, após a crise de 2008, aumentaram a concentração bancária como uma forma de fortalecer seus sistemas financeiros. No entanto, agora existe a oportunidade de descentralizar e reduzir essa concentração, mas isso requer um planejamento cuidadoso e o uso de tecnologias avançadas”.
O presidente do BC disse ainda que a tecnologia tem desempenhado um papel crucial em diminuir as barreiras de entrada no setor financeiro. “A tecnologia permite reduzir a concentração bancária, melhorar os spreads e a qualidade dos serviços, além de aumentar a inclusão financeira. Isso não significa que os grandes bancos se tornem menores; eles apenas terão uma participação menor em um mercado que está crescendo. Esse é o cenário que conseguimos criar no Brasil”, explicou.
Com a abertura para novas empresas e a diversificação do mercado financeiro, o Brasil está promovendo uma competição saudável que beneficia tanto os consumidores quanto o sistema bancário como um todo.