O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) expandiu a lista de agrotóxicos proibidos no Brasil, conforme publicado no Diário Oficial da União (DOU). Essa medida visa restringir o uso desses produtos para proteger as abelhas e outros insetos polinizadores.
Como resultado, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) está instruindo os produtores rurais de Goiás sobre as novas regulamentações do Ibama relacionadas ao uso de agrotóxicos contendo os ingredientes ativos tiametoxam e fipronil. Essas ações têm como objetivo primordial preservar a biodiversidade e a produção agrícola do país.
Entenda a proibição na aplicação de agrotóxicos
De acordo com o comunicado oficial, está vetada a aplicação dos inseticidas tiametoxam e fipronil por meio de pulverização direta nas folhas das plantas, sendo permitido apenas o uso no solo e tratamento de sementes. Além disso, o Ibama determina que os fabricantes ajustem os rótulos e bulas dos produtos para refletir essas restrições, promovendo maior clareza e conscientização entre os agricultores.
A suspensão do uso de agrotóxicos à base de fipronil, como medida cautelar, também foi anunciada, proibindo a pulverização foliar em áreas totais. Os fabricantes devem realizar ajustes nas informações sobre a toxicidade do produto, visando garantir maior segurança em seu manuseio e aplicação.
Produtores rurais podem continuar utilizando tiametoxam e fipronil até o esgotamento dos estoques “É essencial que os produtores rurais sigam as novas instruções de rótulo e bula, conforme definido pelo Ibama, e descritas no receituário agronômico emitido pelo Responsável Técnico”, destaca o coordenador de Insumos Agrícolas da Gerência de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Márcio Antonio de Oliveira e Silva.
Essas medidas estão em vigor desde a data de publicação. No entanto, os produtores rurais que adquiriram agrotóxicos contendo tiametoxam antes do comunicado poderão continuar usando esses produtos até o esgotamento dos estoques, seguindo as orientações autorizadas no momento da compra, respeitando o receituário agronômico e o prazo de validade do produto.
A preocupação com a mortalidade das abelhas e sua repercussão na biodiversidade Essas medidas vêm em resposta a uma preocupação crescente com a mortalidade das abelhas. Em janeiro, três fazendeiros de Silvânia e Bela Vista de Goiás foram indiciados pela morte de quase 9 milhões de abelhas.
Segundo a Polícia Civil, a morte foi atribuída ao uso irregular de agrotóxicos em lavouras próximas aos apiários. As investigações revelaram que as colmeias estavam próximas a plantações de soja e sorgo, e as abelhas, ao realizar a polinização, transportavam parte do agrotóxico para as colmeias, contaminando todo o enxame.