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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Cuba corta iluminação pública em meio à crise energética

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Cuba cortou quase 75% da iluminação pública durante os horários de pico como medida para enfrentar uma grave escassez de energia, anunciou a imprensa estatal nesta terça-feira (5), em meio ao enfraquecimento das perspectivas de reverter a crescente crise econômica.

Os constantes apagões, que vêm prejudicando tanto a vida cotidiana quanto a economia do país, têm sido uma preocupação persistente há anos, mas recentemente se intensificaram devido à escassez de combustível e à necessidade urgente de manutenção da infraestrutura obsoleta.

Em uma reunião do conselho de ministros, o Ministro de Minas e Energia, Vicente de la O Levy, revelou que o desligamento da iluminação pública durante os horários de pico é apenas uma das medidas em uma série de ações adotadas para enfrentar a crise energética. Essas medidas incluem o fechamento de milhares de serviços estatais e o realocamento da produção, tudo com o objetivo de mitigar os impactos dos apagões, conforme relatado pela mídia estatal.

O país, altamente dependente de importações, está enfrentando uma crise econômica cada vez mais grave, refletida em uma queda de 10% no Produto Interno Bruto desde 2019.

O governo atribui a culpa pelo agravamento da situação às sanções impostas pelo governo de Donald Trump, que visaram o turismo em moeda estrangeira, serviços médicos e remessas. Essas sanções, combinadas com os impactos exacerbados pela pandemia, resultaram em aumentos significativos nos custos de transporte e em falhas na reestruturação de uma economia centralizada e fortemente controlada pelo Estado.

A escassez de moeda estrangeira para importar alimentos, medicamentos, combustíveis e outros bens essenciais parece ter se agravado neste ano, de acordo com dados oficiais.

Vicente de la O Levy destacou no mês passado que Cuba recebeu apenas 46% das importações de combustível previstas, resultando em prolongados apagões em todo o país, com exceção da capital Havana.

Uma pesquisa telefônica realizada em cinco das 14 províncias revelou que os residentes estavam enfrentando apagões diários de seis a 12 horas, divididos em dois períodos.

Yurkina Gracial, uma funcionária pública de 40 anos da província de Guantánamo, no extremo leste do país, relatou por telefone que “a energia cai por quatro horas duas vezes por dia e é insuportável por causa do calor”.

Do outro lado da ilha caribenha, na província de Pinar del Rio, o proprietário de um restaurante, Jaime Carrillo, mencionou que as interrupções de energia duravam até oito horas por dia.

“Os apagões sempre complicam o trabalho diário. Por exemplo, líquidos e carnes sofrem com o descongelamento nas geladeiras”, destacou Carrillo.

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