Nesta quinta-feira (8), a Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação com o objetivo de investigar uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado e na subversão do Estado Democrático de Direito. O grupo buscava obter vantagens políticas por meio da manutenção do então presidente da República no poder.
São alvos da ação:
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército e ministro da Defesa;
- Rafael Martins de Oliveira (preso);
- Tércio Arnaud, ex-assessor de Bolsonaro;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice de Bolsonaro em 2022; e
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Dois ex-assessores de Bolsonaro foram presos:
- Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens;
- Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro.
No âmbito da Operação Tempus Veritatis, estão sendo executados 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ações ocorrem nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Nesta fase da investigação, os levantamentos indicam que o grupo sob investigação se fragmentou em diferentes núcleos de atuação, com o objetivo de promover a disseminação de fraudes nas eleições presidenciais de 2022, mesmo antes da realização do pleito. Essa estratégia visava facilitar e legitimar uma intervenção militar, utilizando uma dinâmica de milícia digital.
O primeiro aspecto envolveu a criação e disseminação de alegações infundadas sobre possíveis fraudes nas eleições de 2022, baseadas em supostas vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação. Essa narrativa foi promovida pelos investigados desde 2019 e persistiu mesmo após os resultados do segundo turno das eleições em 2022.
O segundo aspecto das atividades do grupo foi a realização de ações para preparar o terreno visando à abolição do Estado Democrático de Direito por meio de um golpe de Estado. Isso incluiu o envolvimento de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais em um ambiente politicamente tenso.
O Exército Brasileiro está acompanhando a execução de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
O que diz a defesa
Almir Garnir relatou que a Polícia Federal realizou busca em sua residência, confiscando telefone e documentos. “Estou acompanhado apenas do Espírito Santo. Peço a todos que orem pelo Brasil e por mim. Continuamos juntos na fé, buscando sempre fazer o que é certo, em nome de Jesus”, declarou o militar em comunicado. (Fonte: CNN)