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quinta-feira, 21 novembro, 2024

Estudo revela a razão por trás do maior risco de doenças autoimunes em mulheres

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As enfermidades autoimunes, como esclerose múltipla, lúpus e artrite reumatoide, impactam aproximadamente 8% da população global, com a maioria dos casos ocorrendo em mulheres. Embora a origem dessas condições ainda não esteja completamente elucidada, evidências apontam para uma combinação de predisposição genética e influências externas como fatores de risco.

As doenças autoimunes são caracterizadas pela resposta do sistema imunológico, que erroneamente ataca e lesa células e tecidos do próprio corpo. Isso significa que o sistema imunológico produz anticorpos para combater componentes saudáveis do organismo, confundindo-os com agentes invasores.

A razão pela qual as mulheres são mais suscetíveis a essas condições ainda é um enigma. No entanto, um novo estudo publicado na revista Cell lança alguma luz sobre essa questão. Pesquisadores da Stanford Medicine, localizados na Califórnia, Estados Unidos, sugerem que uma molécula produzida pelo cromossomo X pode desencadear a produção de anticorpos contra as próprias células das mulheres.

Para compreender essa teoria, é necessário recordar como o sexo biológico é determinado geneticamente: o sexo feminino é caracterizado pela presença de dois cromossomos X, enquanto o sexo masculino contém um cromossomo X e um Y. O cromossomo Y possui poucos genes ativos, enquanto o X possui centenas de genes ativos que codificam proteínas específicas.

Ter dois cromossomos X, como nas mulheres, representa um potencial para a produção excessiva de proteínas, muitas das quais podem ser prejudiciais ao organismo. Portanto, naturalmente, cada célula feminina inativa um dos cromossomos X para assegurar que a mesma quantidade de proteína seja produzida em cada célula feminina, comparável à quantidade em células masculinas.

Essa inativação do cromossomo X ocorre por meio da ação de uma molécula denominada Xist, que se enrola ao redor desse cromossomo e o desativa. No entanto, o agrupamento do Xist ao X pode atrair várias proteínas para ele, confundindo o sistema imunológico. Este começa a atacar essas proteínas por engano, presumindo que são tóxicas.

Como resultado, os anticorpos acabam atacando outras partes do corpo, levando ao desenvolvimento de doenças autoimunes. Isso ocorre porque cada célula do corpo pode apresentar fragmentos dessas proteínas consideradas “tóxicas” em sua superfície.

O estudo

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores investigaram uma linhagem de camundongos, onde as fêmeas tinham um alto risco de desenvolver lúpus, enquanto os machos não eram suscetíveis à doença. Os cientistas realizaram modificações genéticas nos ratos machos para que eles começassem a produzir a molécula Xist, da mesma forma que as fêmeas.

De acordo com os autores do estudo, os ratos machos que foram geneticamente modificados apresentaram os mesmos riscos, e em alguns casos até riscos mais elevados, de desenvolverem doenças autoimunes. Isso sugere que a ação da molécula Xist no cromossomo X pode estar correlacionada ao surgimento dessas doenças.

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