Nesta sexta-feira (12), Jundiaí prestou uma homenagem à artista e cicloativista venezuelana Julieta Hernaández, assassinada em Presidente Figueiredo (AM), no dia 23 de dezembro. O cortejo, feito com “bicibloco” saiu da Praça Governador Pedro de Toledo (Praça da Matriz), na manhã desta sexta-feira (12) e percorreu as principais ruas do Centro da cidade.
O chamado para o protesto foi lançado pela família de Julieta, que, em meio à dor, transformou a tragédia em uma mobilização para conscientização e ação. O Brasil é um dos países que mais registram casos de feminicídio, e a morte de Julieta se tornou um símbolo dessa violência que atinge mulheres em todo o mundo.
O movimento ganhou força nas redes sociais, com a hashtag #JustiçaParaJulieta sendo compartilhada por milhares de usuários em todo o continente. O ato não é apenas um protesto contra a barbárie que tirou a vida de Julieta, mas também uma reivindicação por mais segurança e respeito às mulheres que viajam sozinhas.
Com uma bicicleta adaptada para transportar os pertences pessoais e artísticos, a venezuelana, conhecida como Miss Jujuba, chamava atenção por onde passava. Julieta fazia parte grupo de artistas e cicloviajantes “Pé Vermêi”.
O crime
Informações do delegado responsável pelo caso apontam que o crime foi cometido por conta do roubo do celular da artista, aliado a uma briga do casal por ciúmes. Julieta teria se hospedado na casa do casal.
Na madrugada, o homem, identificado como Thiago Agles da Silva, teria tentando roubar o celular da vítima, que reagiu e foi enforcada até perder a consciência. Depois, a esposa do Thiago, identificada como Deliomara dos Anjos Santos, a mando do marido, amarrou as mãos e os pés de Julieta. Foi nesse momento que Thiago estuprou a venezuelana.
Segundo depoimento de Deliomara, ela ligou as luzes e, com ciúmes do marido, jogou álcool e ateou fogo nos dois. Na sequência, o casal levou Julieta para área de mata e a enterraram. A polícia não descarta possibilidade dela ter sido enterrada ainda viva.