Neste sábado (26), a partir das 17h30, o Sesc Jundiaí promove um encontro de peso com diferentes gerações do rap. Em show no ginásio, Coruja Bc1 sobe ao palco para apresentar seu novo projeto, o EP “Versão Brasileira”, e recebe a companhia de Dexter (sampleado por Coruja no EP) e de MC Luanna, um dos principais nomes do rap paulista na atualidade e uma das artistas que fez parte da gravação do EP. Durante a apresentação, haverá também discotecagem do DJ Joker, já a partir das 16h30.
O novo EP: “Versão Brasileira”
“Versão Brasileira” retrata a realidade da vida na periferia do Brasil, com simplicidade e objetividade, mas também com sarcasmo e sensibilidade. Nesse novo trabalho, o rapper quer compartilhar sua história e reflexões sobre as dificuldades de crescer em uma favela no país, mas também mostrar a esperança e o amor que o mantém forte e em busca de um futuro melhor para si e para a comunidade ao seu redor.
O projeto, que transita entre diferentes subgêneros do rap, como boom bap, drill e funk, mantem a identidade e o respeito pelo movimento hip-hop, e busca explorar as raízes e influências musicais da cidade de São Paulo: com uma estética paulistana e uma pluralidade artística e musical.
Além disso, terá a participação de vários artistas de renome da cena da música urbana, como Febem, MC Luanna, MC Neguinho do Kaxeta, Sena MC e Rincon Sapiência. As produções do álbum são assinadas por DJ Max, importante parceiro artístico de Coruja Bc1, que contribuiu para a sonoridade do trabalho.
Coruja Bc1
O rapper Coruja carrega o título de ser um dos maiores rimadores do país. Nascido em Osasco, migrou logo na adolescência para a cidade de Bauru, interior de São Paulo, onde viveu até o início de sua maioridade. Cria do movimento Hip-Hop, desde cedo, esteve envolvido nas articulações, debates e vivências proporcionadas pela cultura que tanto oferece para pessoas forjadas nas ruas, vielas, comunidades e periferias de todo o mundo.
Conhecido pelos mais íntimos como Gustavo Vinicius Gomes de Sousa, Coruja Bc1 ganhou destaque no início da segunda década dos anos 2000 nas batalhas de MC’s. Seu talento, sua gana e seu amor pelas linhas, rimas e punchlines não passou despercebido ‘Não posso murmurar’ e depois ‘Liga os Colômbia’ o levou às paradas de sucesso do maior canal de música da época, a MTV. Entre os já consagrados MC’s da época, estava também o nome do jovem expoente, Coruja BC1.
O rap o levou a migrar mais uma vez, só que agora para São Paulo, capital. Entre tantos feitos, conexões e parcerias, participou do consagrado projeto ‘Poetas no Topo’ que rendeu a ele projeção nacional. A partir disso, apostou em um novo formato para a época o colocando na posição de primeiro rapper na América Latina a produzir um videoclipe com smartphone e com ele bater mais de 1 milhão de views no YouTube, com ‘Modo F’ (2017) hoje com quase 8 milhões de views.
Seu disco “NDDN – No Dia Dos Nossos” (2017) é uma referência na cena do rap brasileiro. Seu trabalho mais recente inclui o álbum “Brasil Futurista” (2021) e os singles “Placa Clonada” (2022) e “Laroyê” (2023), lançados pela produtora Kondzilla.
Dexter
8º Anjo, como é conhecido pelos fãs, Dexter responde pelo nome de Marcos Fernandes de Omena. Referência no hip-hop nacional ele ficou conhecido nos anos 90, quando foi um dos fundadores do grupo 509-E, sucesso nas rádios de todo o Brasil com as músicas “Saudades Mil” e “Oitavo Anjo”. O pseudônimo foi inspirado no filho de Martin Luther King Jr, Dexter Scott King, e significa “correto”, “direito”, “sagaz”, “esperto” e “ligeiro”.
Segundo Dexter, qualidades indispensáveis para sobreviver na periferia. O rapper tem 47 anos de idade e 31 anos de carreira, é um apaixonado pela vida, pelo hip-hop e, principalmente, pela música. Suas primeiras composições foram inspiradas pelos grupos Public Enemy, NWA, Kool Moe Dee e Racionais MC’ s.
Privado de sua liberdade, por 13 anos, Dexter reconhece os deslizes do passado e os encara como aprendizado. Hoje essa experiência é compartilhada com pessoas de todo país, através de palestras, bate papos, shows e eventos, que agora são negociados pela sua própria produtora em São Paulo, a 8º Anjo Produções. Para ele, a música é uma ferramenta de disseminação de cultura, conhecimento e valores, e é graças a ela que, há 10 anos em liberdade, tem visto sua vida mudar.
MC Luanna
Do número 44, na periferia da Raposo Tavares, Zona Oeste de São Paulo, para todo o Brasil, MC Luanna (28) cravou seu nome na música pelos versos repletos de confiança, que exaltam a sagacidade da mulher preta e de favela. Desde o lançamento do seu primeiro single, “Kit Rosa” (2020), a artista vem cativando seu espaço junto a nomes igualmente talentosos do trap e rap nacional, como Ajuliacosta, Veigh, Danzo e Tasha & Tracie, além de ter arrastado uma multidão para o seu show no Festival Cena 2K22.
Com os lançamentos de “Maldita” (2022), seu primeiro EP, em que retratou os processos de amadurecimento e afetividade das jovens pretas e de periferia, e “44” (2022), sua primeira mixtape, onde mergulhou na dualidade de sua vida pública e privada, MC Luanna conquistou seus mais de 1,9 milhões de ouvintes mensais através do seu empenho, habilidade e rimas afiadas.
Serviço:
Coruja Bc1 com participação de Dexter e MC Luanna
Show do EP Versão Brasileira
Data: sábado (26)
Horário: 17h30
Local: Ginásio
Classificação: 12 anos
Ingressos: R$ 10 (Credencial Plena) / R$ 15 (meia) / R$ 30 (inteira)