Por Luiz Alberto Ferla*
Em um mundo multiconectado, a forma como as pessoas consomem informações e aprendem novos temas se transforma a todo momento. Especialmente, quando olhamos para o dia a dia cada vez mais dinâmico das pessoas, em que cada minuto é visto como um bem muito precioso que não pode ser perdido. Nesse cenário, o aprendizado, principalmente, de quem já está inserido no mercado de trabalho – e não são poucos profissionais – é intensamente e constantemente afetado por essas transformações. É aí que entram as novas ferramentas de comunicação, como o Whatsapp.
Não é uma novidade dizer que para se destacar no mercado os profissionais precisam se manter atualizados e de olho em seu aprendizado contínuo. Apesar de também não ser uma novidade, me parece que muitas empresas e empregadores ainda não se deram conta da importância de participar ativamente desse processo e buscar formatos diferentes para que esses profissionais tão atarefados consigam aprender de maneira dinâmica e ágil, sem demandar parte do seu tempo de descanso e lazer, igualmente tão necessários.
O tempo sempre foi considerado dinheiro e, atualmente, quem consegue oferecer novas práticas retém mais talentos, aumenta seus desempenho e, por consequência, acaba ganhando destaque e fortalecendo sua imagem como inovador. Mais ainda quando organizações e profissionais conseguem acompanhar as novidades que a tecnologia traz para o dia a dia organizacional, como o mobile learning ou ensino móvel.
Uma das principais ferramentas para agilizar o processo de ensino e atualização de conteúdos é o WhatsApp, aplicativo instalado em 99% dos smartphones brasileiros e com risco de apenas 1% de ser desinstalado, segundo o Panorama da Mensageria no Brasil de 2023 desenvolvido pelo Mobile Time/Opinion Box. O aplicativo fica mais moderno e intuitivo a cada atualização e, por conta da API aberta, permite que os desenvolvedores utilizem diferentes recursos e integração com outros sistemas para criar diversas funcionalidades, como cursos.
Quando adotado na educação corporativa, esse formato deixa o aprendizado mais dinâmico e possibilita que os profissionais acessem a qualquer momento e em qualquer lugar, como durante o trajeto no transporte público, por exemplo, chegando até àqueles com muita escassez de tempo. Por se tratar de um aplicativo com interface de fácil utilização, também chega aos colaboradores com menos familiaridade com a tecnologia. Para além disso, não requer nada além do celular e de um aplicativo, que muitas vezes não tem dados de navegação descontados do pacote das operadoras de telefonia.
O modelo de aprendizado por whatsapp é bastante flexível e pode ser feito em dois formatos principais, via chatbot e mediação em grupos. No primeiro modelo, o aluno participa obedecendo a comandos como “digite 1” ou “digite sim ou não” e tem a autonomia de seguir o próprio ritmo de estudo. As aulas são baseadas nos conceitos de mobile learning e microlearning, que contam com “pílulas” de conteúdo via textos curtos, PDFs, vídeos, quizzes, cards ilustrativos, além de podcasts rápidos. Já no formato de mediação em grupos, o curso possui data de começo e término. Os colaboradores também recebem “pílulas” de informação, a diferença é que os grupos possuem facilitadores ou mediadores que enviam os conteúdos, promovem debates e abrem espaços para que os alunos tirem suas dúvidas e participem de maneira ativa.
A escolha do melhor formato é feita com base na necessidade de cada organização e na análise do perfil de seus colaboradores. E engana-se quem pensa que apenas cursos mais teóricos podem ser feitos por whatsapp, no agronegócio, por exemplo, a demanda é por temas que vão desde informática e internet básica à produção de alimentos e sistemas orgânicos. Em tempo, é importante destacar que mesmo se tratando de um curso corporativo, todos os conteúdos devem ser construídos em concordância com as regras da LGPD, de acordo com as políticas de compliance de cada empresa, que devem ser informadas aos usuários no momento da matrícula.
Tudo isso nos mostra que a tecnologia está disponível e cada vez mais acessível a todos, facilitando o dia a dia das pessoas e sendo utilizada como ferramenta de democratização de diversas áreas, como o aprendizado. Um dos pontos mais relevantes é entender que além de criar novas ferramentas, inovar também significa encontrar funções para aquilo que já temos à nossa disposição.
- Luiz Alberto Ferla é fundador e CEO do DOT Digital Group, edtech líder nacional no mercado de educação corporativa digital.