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terça-feira, 15 outubro, 2024

A cada quatro horas, uma mulher é agredida, alerta estudo

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O Brasil registrou, somente no ano passado,  2.423 casos de violência contra a mulher, segundo a Rede de Observatórios da Segurança. 

O estudo, intitulado “Elas Vivem: dados que não se calam”, mostra que a cada quatro horas ao menos uma mulher foi vítima de violência. Entre todos os casos monitorados, 495 foram de feminicídio, o que representa, na média, mais de uma morte por dia.

O levantamento foi feito nos estados da Bahia, do Ceará, de Pernambuco, do Maranhão, do Piauí, de São Paulo e do Rio de Janeiro.

– São Paulo 898  (58% dos casos);

– Rio de Janeiro: 545 (22% dos casos)

– Bahia: 316 (13% dos casos)

– Pernambuco: 225 (9% dos casos)

– Maranhão: 165 (6% dos casos)

– Ceará: 161 (6% dos casos)

– Piauí: 113 (4% dos casos).

Na Bahia e no Rio de Janeiro os casos de feminicídios aumentaram 58% e 45%, respectivamente, em relação ao levantamento de 2021. Já em Pernambuco houve uma queda de 27%.

Tipos de fermenicídio

O levantamento apontou que, do total de casos de feminicídio registrados, 987 aconteceram na forma de agressão física. Outros 282 foram de violência sexual ou estupro. Além disso, 216 foram de violência verbal, ocorrida por meio da ameaça. Houve ainda 145 casos de tortura/cárcere privado/sequestro.

Edna Jatobá, coordenadora do observatório da segurança de Pernambuco, diz que registrar os casos de feminicídio é importante para que a impunidade não seja permitida.

“Para além da responsabilidade individual precisamos refletir sobre a responsabilidade do Estado em tolerar que tantos feminicídios aconteçam”, afirmou. “Já foram assinados tratados e já avançamos em algumas direções, mas ainda se permite a impunidade”.

Agressor x vítima

Segundo o estudo, é comum que o agressor seja conhecido da vítima. A maioria dos casosfoi praticado por pessoas que eram cônjuges ou ex-cônjuges da mulher que sofreu a violência.

Ao monitorar, especificamente, 495 casos de feminicídio, 373 foram pra praticados por ex-companheiros. Conflitos sobre o relacionamento e a não aceitação do término levaram à prática da violência.

Além disso, os agressores eram familiares, conhecidos ou essa informação não foi obtida. No levantamento, praticamente não houve registro de violência praticada por agentes do Estado.

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