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sexta-feira, 19 abril, 2024

Morre o ex-prefeito de Jundiaí Walmor Barbosa Martins

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Morreu hoje (6), aos 92 anos, o ex-prefeito de Jundiaí Walmor Barbosa Martins. Ele era casado com Elena Cristina Pires Martins e deixa três filhos – Walmor Junior, Luciana e Cristina. Ele estava no hospital da Unimed. Seu corpo será velado no Velório do Centro das 13 às 16 horas, e em seguida sepultado no Cemitério Nossa Senhora do Desterro.

Nascido em Guaranésia (Minas Gerais), em 9 de abril de 1931, era filho de Alvarina e João Martins Filho. Formou-se em Direito pela PUC Campinas em 1958. Antes havia cursado Contabilidade no Colégio Rosa. Candidatou-se a vereador duas vezes, e nas duas foi eleito.

Em 1968 candidatou-se a prefeito, e foi eleito principalmente pelos jovens. Assumiu a Prefeitura no ano seguinte, onde ficou até 1972. Voltou à Prefeitura eleito em 1988, governando até 1992. Em sua primeira gestão, criou o DAE (Departamento de Águas e Esgotos), o Distrito Industrial, O Serviço Funerário Municipal e o Pronto Socorro Municipal. Também foi o responsável pela construção do prédio da Câmara dos Vereadores, e o viaduto da Avenida Jundiaí.

Em sua segunda passagem pela Prefeitura, trouxe para Jundiaí a maior fábrica da Coca-Cola, instalada na Rodovia Bispo D om Gabriel, que foi inaugurada em 1993. Também nessa passagem, comprou o prédio onde funcionava a antiga fábrica Argos Industrial, hoje Complexo Argos. No programa para despoluir o Rio Jundiaí, iniciou a colocação de interceptores de esgoto e canalização de diversos córregos.

Em 1971, recebeu o então presidente Médici para a maior formatura do Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), onde cinco mil alunos – a maior turma do Brasil – receberam a diplomação no Ginásio de Esportes Nicolino de Lucca (Bolão).

Amizades e folclore
Walmor era amigo de Tarcísio Germano de Lemos, também advogado. Com ele, protagonizou debates na Câmara, quando eram vereadores. Alguns fatos se tornaram folclóricos, apesar de reais. Um deles: na tribuna, Walmor criticava constantemente a falta de limpeza de um terreno no Centro. Dizia que a área estava infestada de animais. E a Prefeitura, ou por birra ou por falta de tempo, não limpava o terreno.

Walmor então conseguiu com um matuto uma cobra, já morta, e colocou-a num saco vazio de cimento. O saco foi levado para a Câmara, que funcionava no último andar do prédio da rua Barão esquina com a Coronel Leme da Fonseca, onde hoje está o Banco do Brasil. E durante as críticas ao terreno sujo, jogou a cobra no plenário, dizendo tê-la capturada naquele lugar.

Ele era de um tempo em que, em combinação com Tarcísio, deixava os demais vereadores, menos cultos, sem entender nada. Um perguntava em Latim, e o outro respondia em Francês. Usavam livros enormes para citar juristas que não existiam (um deles, sempre citado por Tarcísio, era o dono do Restaurante das Carpas).

Quando prefeito pela primeira vez, teve Tarcísio Germano de Lemos como seu vice, e ambos criaram o Planidil, que resultou no Distrito Industrial, trazendo empresas de renome para a cidade, como Fantex, Kanebo, CBC e outras.

Bem humorado, “prestigiava” seus adversários políticos (vereadores que lhe faziam oposição), citando-os em seus discursos. E além do nome, citava seus “carinhosos” apelidos. Sua única frustração foi não ter conseguido concluir seu projeto para a antiga fábrica Argos Industrial SA, quando prefeito pela segunda vez. Ele encarregou o engenheiro Dayr Schioser de um projeto, que previa transformar o lugar nos moldes do Sesc Pompéia.

Rígido com as finanças, citava sempre que o Brasil era um país rico. Tão rico, que à noite se recuperava do que havia sido roubado durante o dia, enquanto os políticos dormiam.

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