Antiga e ainda carregada de preconceito e estigma, a Hanseníase, popularmente conhecida como Lepra, é uma doença que poucas pessoas conhecem os sintomas, causas e, principalmente, a forma correta de prevenção. Por isso, para alertar a população, ficou estabelecido o Janeiro Roxo, como sendo o mês de conscientizar sobre os riscos da doença e como deve ser feita a prevenção.
Em Jundiaí, a rede de atendimento inclui, desde a suspeita com a realização de teste em Unidade Básica de Saúde (UBS), até tratamento complexos que demandem atendimento hospitalar ou ambulatorial. Atualmente, existem na cidade 10 pessoas com hanseníase, todas em tratamento.
Segundo a gerente da Nova UBS Agapeama, Cássia Carneiro, o acolhimento é essencial para quem é identificado com a suspeita ou confirmação da doença. “Por ser uma doença estigmatizada, as pessoas não falam sobre o tema e, por isso, podem ignorar sintomas que identificariam a doença no início e não buscam pelo atendimento. O trabalho das equipes da Atenção Primária é essencial para, não somente conscientizar as pessoas, como oferecer o acolhimento e o cuidado necessário para quem está doente”, explica.
Sobre a doença
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen. infectocontagiosa, a doença atinge, principalmente, os nervos periféricos e pele, mas também pode acometer outros órgãos.
A transmissão ocorre por meio de contato próximo e contínuo com o paciente não tratado – principalmente vias respiratórias – . Sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa infectada e apresenta múltiplas manifestações clínicas.
O bacilo causador da hanseníase se instala geralmente nas áreas mais frias do corpo, como lóbulo da orelha, ponta do nariz, cotovelos e nos nervos periféricos. Na pele surgem manchas variadas, de coloração vermelha, mais claras, acastanhadas, e que podem se transformar em placas, nódulos, áreas infiltradas, úlceras, calosidades com alteração de sensibilidade. Todos esses sintomas e manchas devem ser investigados, realizando o teste de sensibilidade e a apalpação dos nervos periféricos. Quando o bacilo se instala nos nervos, ele pode causar formigamento, fisgadas, dormência. A sensibilidade começa a ser modificada; primeiro é a térmica, a seguir, dolorosa, e por último, tátil.
Não há prevenção específica contra a doença, porém existem medidas que podem evitar novos casos:
● Diagnóstico e tratamento precoces;
● Exame dos comunicantes que residem ou residiram por mais de 30 dias consecutivos, nos últimos 5 anos, com o paciente sem tratamento;
● Aplicação da vacina BCG nos comunicantes domiciliares do paciente.