Nem a chuva, ainda que fina e que predominou durante toda a semana, impediu o grupo de defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que segue acampado em frente ao 12° GAC (Grupo de Artilharia de Campanha) em Jundiaí (SP) desde o segundo turno das eleições, em 30 de outubro do ano passado. As informações são do UOL.
Desde a última visita da reportagem, na estreia da seleção brasileira na Copa do Qatar, algumas coisas mudaram na concentração montada na entrada principal do grupamento, que é um dos maiores do interior paulista e teve função estratégica em ações militares nos anos de 1930 e 1932.
Na semana que antecedeu o ato em Brasília, o número era menor que no dia do jogo. Mas ainda havia uma quantidade considerável de gente encolhida em barracas para fugir da chuva e do vento; outras vestiam capas segurando a bandeira do Brasil (e recebendo cumprimentos de motoristas que passavam pelo local); e havia quem circulasse de um lado para o outro, conversando com quem encontrava ou indo buscar alguma coisa.
Além disso, não havia mais uma viatura da Polícia Militar Rodoviária no viaduto que liga a Rodovia Anhanguera à Avenida 14 de Dezembro, onde fica o GAC. Isso pode ser creditado ao fato de que, em novembro, houvesse o temor de que a estrada fosse fechada, como acontecera semanas antes.
O que se ouvia nas rodas de conversa era todo tipo de assunto, desde os mais triviais, como a própria chuva, ao compartilhamento de histórias e causos, e alguma reclamação da política. Porém, um tema menos frequente.
Conseguir uma entrevista, dessa vez, foi uma missão difícil, quase impossível. Não havia “dedo na cara” nem nada do tipo. Mas a comunicação não verbal do grupo já deixava claro que a presença da reportagem não era bem-vinda ali.
Os pedidos de intervenção militar e golpe continuam em cartazes, faixas e placas, como a “salvação do Brasil” e a ajuda das Forças Armadas.
Uma diferença importante: o hino nacional e a Ave-Maria não eram mais entoados a cada hora cheia. A sensação agora é que o silêncio era maior. Nem as rodas de conversa, efusivas e barulhentas em novembro, estavam com o mesmo tom.
Enquanto algumas mudanças eram notadas, outras continuavam iguais: uma barraca com alimentos e bebidas — quentes, principalmente, porque o vento trazia um incômodo frio — ainda estava ativa.
Algumas pessoas continuavam trazendo suprimentos. Mesmo com todas as diferenças, como a chuva variando de intensidade no cair da tarde, a principal questão era mantida intacta: o pedido para um golpe que, a cada dia que passa, está mais distante de acontecer.