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quinta-feira, 25 abril, 2024

IBGE aponta pobreza recorde entre brasileiros em 2021

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Não é apenas a pandemia que agrava a situação do Brasil, em seu segundo ano de coronavírus, o número de brasileiros na pobreza e extrema pobreza bateu recorde em 2021. Aproximadamente 62,5 milhões de pessoas eram consideradas pobres (29,4% da população), segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Entre elas, 17,9 milhões (ou 8,4% da população) estavam em situação de extrema pobreza, pelos critérios do Banco Mundial. Foram os maiores percentuais identificados pelo IBGE desde o início da série, em 2012.

Nos últimos dois anos, 2020 e 2021, houve aumento recorde nos grupos estudados. O número de pessoas abaixo da linha da pobreza cresceu 22,7% (o que representa mais 11,6 milhões de pessoas) enquanto o de pessoas na extrema pobreza disparou 48,2% (ou mais 5,8 milhões).

No ano passado, a proporção de crianças menores de 14 anos abaixo da linha da pobreza chegou a 46,2%, o maior percentual da série. É uma alta recorde, segundo o IBGE, considerando que o percentual caiu ao seu menor nível (38,6%) em 2020.

Em situação de pobreza, segundo considera o Banco Mundial, são as pessoas que ganham até R$ 486 mensais per capita. Já em situação de extrema pobreza, quem vive com R$ 168 por mês. 

O IBGE também identificou que o rendimento domiciliar per capita caiu para R$ 1.353 em 2021, o menor nível desde 2012.

“A recuperação do mercado de trabalho em 2021 não foi suficiente para reverter as perdas de 2020. Isso e a redução dos valores do auxílio-emergencial podem ajudar a explicar esse resultado, comenta André Simões, analista de pesquisa do IBGE 

Outras pesquisas já apontavam recorde no número de brasileiros vivendo na pobreza em 2021. Em junho, um levantamento da FGV Social identificou 23 milhões de pessoas na pobreza, cerca de 7,2 milhões a mais do que em 2020.

O perfil

A pesquisa do IBGE traçou ainda um perfil das pessoas com estado de pobreza, sendo que: o percentual de pretos e pardos abaixo da linha da pobreza é de 37,7%, praticamente o dobro da proporção de brancos (18,6%). 

Cerca de 62,8% das pessoas que vivem em domicílios chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos também estavam abaixo da linha de pobreza.

No quesito idade, o percentual de jovens de 15 a 29 anos pobres (33,2%) era o triplo dos idosos (10,4%) em 2021. 

As regiões com a maior proporção de pessoas pobres são o Nordeste (48,7%) e Norte (44,9%). No Sudeste e no Centro-Oeste, o percentual é de 20,6%, o que representa uma a cada cinco pessoas em situação de pobreza. 

O menor percentual foi registrado no Sul (14,2%), segundo dados do IBGE.

Mulheres, pretas e pardas com menor renda

Em 2021, o rendimento médio per capita dos homens foi de R$ 1.393, um valor 5,9% maior do que o de mulheres (R$ 1.315).

Ao comparar os dados com 2020, houve uma queda no rendimento geral de 6,9%. Para as mulheres, o recuo foi de 7,5% enquanto para homens foi de 6,4%. 

De acordo com Denise Freire, analista do IBGE, a queda no rendimento de 2021 pode ser explicada pela “fraca recuperação do mercado de trabalho depois da crise de 2020, além da redução do volume de transferências de [programas de] renda no ano”.

Considerando o início da série histórica, a redução média anual foi de 4,5%, mas mulheres (-5,9%) perderam mais que os homens (-3,0%). 

Quando o IBGE começou a fazer o levantamento, em 2012, pretos e pardos ganham metade do rendimento dos brancos. Em 2021, os valores, respectivamente, foram de R$ 949 contra R$ 1.866.

Ambos os rendimentos caíram na comparação com 2020, mas pretos e pardos (8,6%) sentiram uma queda na renda maior do que os brancos (6%).

Fonte: UOL

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