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terça-feira, 23 abril, 2024

Descoberta precoce do câncer de pele eleva as chances de cura a 90%

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Campanha busca conscientização para meios de prevenção e frequência em exames; atenção a mudanças na pele é fundamental para o diagnóstico

“Descobrimos que a minha mãe estava com câncer de pele após aparecerem feridas com aspecto de que a superfície estava descascando. Foram feitas microcirurgias para retirar as piores, e a análise por biópsia constatou o carcinoma espinocelular”, relembra Daniela Francisco, sobre o caso da aposentada Elza Michelan Francisco, de 78 anos.

A patologia, lembrada durante todo o Dezembro Laranja (campanha organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia — SBD — para a conscientização de seus riscos e cuidados), é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a derme. “Essas células formam camadas e, de acordo com aquela afetada, é definido o tipo de câncer. Sabemos que só a epiderme possui várias subcamadas, que podem desenvolver vários tipos deles”, pontua Theodoro Habermann Neto, dermatologista do Vera Cruz Hospital.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil são de pele, com cerca de 185 mil novos casos a cada ano. Desses, 95% (177 mil) são do tipo não melanoma, de baixa letalidade, e os 8,4 mil restantes são do melanoma, o mais violento. Entretanto, dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia mostram uma esperança: quando descoberto no início, não importa o tipo, tem mais de 90% de chance de cura.

O “não melanoma”, também chamado de carcinoma, pode surgir nas células basais (como basocelular), ou nas escamosas (como o carcinoma espinocelular), caso da Dona Elza. Já o melanoma é oriundo das células que produzem a melanina, pigmento que dá cor à pele. “O carcinoma basocelular é o que mais causa o câncer, tem origem na camada mais superficial da pele, chamada epiderme, com característica de borda perolada. Pode ser uma ferida que não cicatriza, por exemplo. O melanoma, apesar de menos frequente, é mais agressivo, tem mais chances de crescer, se espalhar rapidamente, atingir outros órgãos e ocasionar a metástase, caso não tratado”, detalha o especialista.

Com um desenvolvimento mais bruto, o diagnóstico do melanoma gera medo e apreensão aos pacientes. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente e procurar sempre um dermatologista para detectar lesões suspeitas. Theodoro Habermann Neto ressalta “O melanoma geralmente tem a aparência de uma pinta ou de um sinal, que pode ser de tons acastanhados ou até enegrecidos. Muitas vezes, apresenta forma e bordas irregulares ou de múltiplas cores, que podem mudar de cor, formato, tamanho e causar sangramento”, detalha Habermann Neto.

O dermatologista destaca que o câncer, quando diagnosticado e tratado precocemente, tem grandes chances de cura. “O tratamento depende da lesão e da extensão. Em ambos os tipos é indicada a cirurgia para a retirada do tumor. Em casos não melanomas, temos as terapias tópicas e fotodinâmica, as cirurgias a laser e micrográfica, a crioterapia (em casos de lesões pré-cancerigenas ou tumores superficiais ínsitos) [ou criocirurgia] e cauterizações. Além, claro, dos procedimentos mais conhecidos, como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, dependendo dos casos”.

Para auxiliar os pacientes no combate à doença, o Vera Cruz Hospital conta com seu Centro Clínico, localizado no Guanabara, amplo e confortável, projetado para proporcionar atendimento ágil e eficiente. “Temos o que há de mais preciso para o diagnóstico. Utilizamos o método da dermatoscopia, não invasivo, com lentes e aparelhos, como o dermatoscópio, todos fundamentais para avaliar a lesão, principalmente em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente. Com indícios da doença, realizamos a retirada da pinta para biópsia”, destaca.

A dona Elza, por exemplo, fez a retirada de algumas lesões por cirurgia e, hoje, realiza sessões de crioterapia, procedimento que promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. “O tratamento cirúrgico era muito sofrido, então procuramos por um dermatologista que pudesse oferecer algo novo, que o organismo da minha mãe aceitasse melhor. Ao conhecermos o Dr. Theodoro, soubemos da possibilidade de eliminar os tumores com a crioterapia de nitrogênio. E assim seguimos, de três em três meses. Está dando super certo, é mais leve”, detalha a filha.

Aliado aos pacientes que precisam de acompanhamento oncológico, o Vera Cruz Hospital possui o Vera Cruz Oncologia, um centro oncológico composto por consultórios que foram pensados para facilitar a conversa entre médico, pacientes e familiares, permitindo que os pacientes realizem a quimioterapia acompanhados, o que humaniza a terapia e promove mais segurança.

Prevenção do câncer de pele
A exposição solar prolongada e repetida, principalmente na infância e na adolescência, sem o uso de filtro solar, são fatores de risco para a doença, mais frequente em pessoas acima dos 50 anos. “Ter pele e olhos claros, histórico familiar, realizar tratamento com medicamento imunossupressor ou ter doença crônica podem ser gatilhos para o desenvolvimento do câncer de pele”, elenca o médico.

Ele alerta que a genética pode colaborar no desenvolvimento dos melanomas e que é indicado aos familiares a realização de exames preventivos regularmente, além do exame oncogenético. “A avaliação auxilia tanto os possíveis acometidos pela doença, quanto os familiares, a identificar casos e aumento de risco para diferentes tipos de câncer devido a alterações no DNA, bem como possibilita aos médicos atuar de forma mais personalizada”, explica.

Um dos grandes aliados para o cuidado com a pele é o protetor solar, seguido por produtos com proteção UVA e UVB, como camisas, chapéus e calças. “A nova legislação de filtros solares exige que o que é anunciado no rótulo tenha comprovação de eficácia. Então, recomendo verificar se o filtro tem essa comprovação antes da compra, além de usar o fator de proteção 50 e passar em todas as partes que serão expostas ao sol. O fotoprotetor, para ser eficiente, precisa oferecer uma boa proteção tanto pra UVA como pra UVB, pois a UVA protege da luz ultravioleta que contribui para o risco de câncer de pele”, adiciona Habermann.

O dermatologista ainda faz um alerta sobre o bronzeamento artificial. “Há uma resolução da Anvisa [Agência Nacional da Vigilância Sanitária], publicada em dezembro de 2009, que proíbe a prática do bronzeamento artificial por motivações estéticas no Brasil. As câmaras utilizadas oferecem risco comprovado à saúde. A OMS [Organização Mundial da Saúde], inclusive as reclassificou no mesmo patamar que o cigarro e o sol. O bronzeamento, quando feito antes dos 35 anos, pode aumentar em 75% o risco de câncer de pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e acarretar várias alergias”, destaca.

Uma lesão que pode ser considerada normal para leigos, para um médico pode ser uma suspeita da doença. “Atenção a qualquer sinal diferente na pele, principalmente nas regiões do corpo mais expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Tanto em mulheres quanto em homens, os tumores aparecem, na maioria, no pescoço. Sendo nas mulheres também comum nas pernas e nos homens, no tronco e o rosto”, conclui.

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