Morreu nesta segunda-feira (7), o ex-ator e pastor batista, Guilherme de Pádua, aos 53 anos, vítima de um infarto, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A informação foi confirmada pelo pastor e líder da Igreja Batista da Lagoinha, Márcio Valadão, durante uma live.
“Pouco antes das 22h, recebi o telefonema de uma irmã falando de um dos nossos pastores que acabou de falecer. Pra mim, foi um impacto muito grande, porque hoje de manhã eu dirigi o culto e ele estava com a esposa no primeiro banco. Ele praticou aquele crime tão terrível com a Daniela Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Ele tava dentro de casa, caiu e morreu. Acabou de morrer”, comunicou Márcio, que apagou a publicação após a repercussão.
Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, Guilherme de Pádua se mudou para o Rio de Janeiro no final dos anos 1980. Ele decidiu fazer a mudança em razão do sonho de tentar seguir carreira no meio artístico.
Em 1992, Pádua ganhou os holofotes ao interpretar o motorista Bira na novela “De Corpo e Alma” (TV Globo) e conheceu Daniella Perez, filha da escritora Gloria Perez. Na véspera da virada do ano, ele acabou chocando o país ao matar a filha da escritora e foi condenado a 19 anos de prisão pelo crime.
“Ele já estava conosco há 15 anos, e o trabalho pastoral dele era justamente cuidar de outros ex-detentos”, completou o pastor, que tinha Pádua como atuante em sua comunidade desde 2017.
Assassinato virou série
A morte da filha da escritora Gloria Perez e o julgamento de Guilherme de Pádua foram temas da série “Pacto Brutal: o assassinato de Daniella Perez” — que foi lançado em julho passado pela HBO Max.
Dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra, a série traz depoimentos de amigos da atriz, como Claudia Raia, Fábio Assunção, Maurício Mattar, entre outros, detalhes da investigação da polícia e depoimentos de Raul Gazolla e Gloria Perez.
Na série, Gazolla relembrou o dia em que descobriu a morte da mulher. Ele conta que assim que percebeu que Dani não estava em casa, saiu procurando por ela pelas ruas do Rio de Janeiro, além de ter telefonado para família e amigos para avisar de seu sumiço.
“Cheguei em casa e a Dani não estava. Eu esperei uns 10 minutos e falei: ‘Pô, furou o pneu’. Passei pela Tycooon (estúdio onde Daniella gravava) e não tinha nada. Falei: ‘Deixa eu fazer o caminho da praia’ (…) Fui para o shopping da Gávea. Ela não estava. Ela nunca tinha feito isso de sumir, não deu satisfação, ninguém sabia onde estava”, relembrou.
A polícia já havia sido avisada do sumiço da Daniella, e horas depois encontraram seu corpo e seu carro. Na delegacia, Marilu Bueno foi quem contou para Raul que sua esposa estava morta. “A Marilu falou: ‘Raul, você tem que ser muito forte, mas a Dani não está mais aqui com a gente’. Eu fiquei desesperado. Fui correndo para o policial e falei: ‘O carro está muito amassado? O teto não está amassado? O carro capotou?’. E ele falou que não. Aí eu falei: ‘Mataram minha mulher'”, contou o ator, com lágrimas nos olhos.
Gazolla foi até o local onde estava o corpo de Daniella aos prantos: “Desesperado, quando eu olhei o corpo da Dani, eu parei. Eu falei para o Rodrigo [irmão de Daniella]: ‘Não é a Dani. É o corpo da Dani que está ali, mas não é a Dani’. Nesse dia, eu tive certeza que nós temos alma. Porque tinha um corpo ali que não tinha mais vida, que tinha sido da Daniella. Eu só queria saber o que aconteceu, que alguém teve que matar minha mulher'”.
Guilherme de Pádua, o assassino de Daniella, foi para delegacia para prestar solidariedade à família e chegou a abraçar e consolar Gazolla. Já no velório, a polícia sabia que Guilherme era o culpado. (Fonte: UOL)