Morreu nesta quarta-feira (16), no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, a ex-jogadora de vôlei e vôlei de praia Isabel Salgado, a Isabel do Vôlei, aos 62 anos. No início desta semana, a atleta foi anunciada para compor o grupo de esporte da transição de governo Lula. Nesta terça-feira (15), foi diagnosticada com uma bactéria no pulmão, e faleceu nesta madrugada.
A morte de Isabel foi confirmada pela produtora de cinema Paula Barreto, em mensagem no grupo Esporte Pela Democracia. “Fiz um call com ela na segunda-feira. Ela estava super-gripada. Falei para ela ir a um hospital, ela me disse que já tinha ido e testado negativo para Covid. Na segunda a noite foi dormir passou mal. Deixou para ir para o hospital Sírio na terça de manhã. Quando acordou na terça já estava bem pior. Internou no Sírio já no CTI. Detectaram uma bactéria que já tinha tomado todo o pulmão. Foi entubada e teve uma parada cardíaca às 4h da manhã de hoje”, escreveu Paula.
Em nota, a família se posicionou: “Confirmamos a partida de uma das atletas mais importantes que este país teve. No momento a família está reunida e não teremos nenhuma declaração. Pedimos a compreensão de todos. Isso será feito assim que possível. O enterro será no Crematório e Cemitério do Caju. Velório 11h, Capela Histórica. E cremação agendada para amanhã, às 14h.”
O Comitê Olímpico do Brasil lamentou a partida da Isabel. “O Comitê COB externa o seu mais profundo pesar pelo falecimento, aos 62 anos, de Isabel Salgado, uma das mais importantes e talentosas jogadoras brasileiras de vôlei, nesta quarta-feira, 16. Neste momento de dor, o COB se solidariza e envia condolências à família e aos amigos de Isabel, assim como toda comunidade do vôlei.
Carioca da gema, a garota de Ipanema começou a carreira nas categorias de base do Flamengo. Com 16 anos, já era titular do clube rubro-negro e não tardou a chegar à seleção brasileira, levando o Brasil aos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, e de Los Angeles, em 1984. Assim, Isabel se tornou a primeira estrela do vôlei feminino brasileira.
Isabel também entrou para a história do vôlei ao se tornar a primeira mulher brasileira a jogar profissionalmente no exterior, ainda uma novidade em uma época em que a modalidade começava a se profissionalizar no Brasil. Depois, ela abriu caminho para o vôlei de praia no Brasil, sendo pioneira no Circuito Mundial, quando a modalidade chegava ao programa olímpico. Em 1994, chegou a ganhar, com Roseli, uma etapa em Miami.
Jogando na contramão, Isabel encarou a maternidade.Foram quatro gestações em plena carreira, algo raro até hoje no esporte. Ser mãe nunca impediu Isabel de continuar sendo atleta. Pelo contrário: depois, a transformou em técnica dos próprios filhos.
Dos seus cinco filhos, três tiveram carreira sólida no vôlei de praia. Carol Solberg é uma das favoritas a ir aos Jogos de Paris — atualmente atua com Bárbara. Seu filho Pedro foi bronze no Mundial de 2015 e campeão do circuito mundial em 2008. Maria Clara, a filha mais velha, de 39 anos, se aposentou. Na juventude, ganhou três medalhas em Mundiais de base.
Fonte: UOL