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quinta-feira, 28 março, 2024

Câncer Bucal: diagnóstico e tratamento adequados aumentam chances de cura

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Com o objetivo de conscientizar população sobre riscos, doença ganhou Semana Nacional de Prevenção própria entre os dias 1º e 7 de novembro

O câncer bucal é um tumor maligno que se desenvolve em qualquer parte da boca e pode afetar os lábios e outras estruturas, como gengivas, bochechas, céu, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. Se diagnosticado no início e tratado da maneira adequada, a chance de cura chega a 80%, segundo o Ministério da Saúde. O problema, por ser considerado de saúde pública, tem destaque entre os dias 1º e 7 de novembro, durante a Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, cujo objetivo é conscientizar a população com medidas preventivas.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam que, no triênio 2020/2022, mais de 15 mil novos casos de câncer de boca e orofaringe sejam diagnosticados no Brasil, sendo a maioria em homens (70%). Em Campinas, segundo levantamento recente da Secretaria Municipal de Saúde, a patologia atinge dez a cada 100 mil habitantes ao ano, com média de 130 casos novos e 40 óbitos anualmente.

Bruna Sabino, cirurgiã dentista e estomatologista do Vera Cruz Hospital, explica que os indícios mais comuns são feridas na boca que não cicatrizam e, mais tardiamente, dor local incessante. “Porém, há outros, como um nódulo persistente ou espessamento da mucosa, área avermelhada ou esbranquiçada em qualquer local da boca, irritação na garganta, dificuldade para mastigar ou engolir, dificuldade para mover a mandíbula ou a língua, dormência da língua ou outra área relacionada, inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode, nódulos ou gânglios aumentados no pescoço, mudanças na voz, perda de peso e mau hálito persistente também são sinais de que algo está errado”, elenca.

De acordo com a especialista, o risco aumenta com a idade, e os homens estão mais presentes nas estatísticas (representam dois terços dos pacientes afetados pela doença) por realizarem menos exames preventivos comparados às mulheres. “A patologia é mais comum em homens acima dos 40 anos e com a cor de pele branca, por possuírem menor proteção aos raios solares em relação aos com cor de pele mais escura”, pontua.

O fumo e o álcool são os grandes vilões no desenvolvimento da enfermidade. “Quem consome tabaco tem de seis a 16 vezes mais chances de ter câncer bucal. Os fumantes representam 80% dos casos, sendo que o risco é proporcional à quantidade de fumo consumida. Já quem ingere algum tipo de bebida alcoólica tem seis vezes mais chances, principalmente os chamados ‘bebedores pesados’, que consomem mais de 21 doses de álcool por semana. Além disso, o álcool potencializa a ação do tabaco”, detalha Bruna.

Outras condições de predisposição são irritações da mucosa bucal pelo uso de dentaduras, pontes e coroas; exposição ao sol; e alimentação pobre em frutas, legumes e verduras. “É importante realizar uma visita periódica ao dentista para saber se a saúde da boca está em dia. Paralelo a isso, cuidados diários são fundamentais, como remover e limpar as dentaduras todas as noites, usar protetor labial com filtro solar diariamente e fazer o uso de preservativos durante o sexo oral para evitar infecções”, destaca.

O diagnóstico é feito por um cirurgião-dentista estomatologista por meio de uma anamnese, seguida de um completo exame da cavidade bucal, onde se avaliam a face e as regiões submandibular e submentoniana e articulação temporomandibular, os lábios, bochecha, língua e palato, além da palpação, de forma a detectar anormalidades. “Avaliamos alguns tipos de lesões que podem ser câncer bucal ou lesões com potencial de malignização: leucoplasias, queilite actínica e líquen plano, na sua forma erosiva ou ulcerada. A visualização do câncer oral é facilitada pelas características anatômicas e pela localização da cavidade oral, de forma a dispensar o uso de instrumentos de alta complexidade tecnológica e dificilmente gerar desconforto ao paciente”, descreve a médica.

As principais opções de tratamento para o câncer de boca e orofaringe são cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia e tratamento paliativo, que podem ser realizados isoladamente ou em combinação, dependendo do estágio e da localização do tumor. “Diante da suspeita, a primeira coisa a fazer é procurar por um especialista, seja um dentista estomatologista, um cirurgião de cabeça e pescoço ou otorrinolaringologista, para avaliar o caso e pedir exames para descartar ou confirmar a suspeita de câncer através da biópsia”, adiciona Bruna.

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