Um avião de pequeno porte derrapou na pista do Aeroporto de Congonhas após o pneu do trem traseiro estourar durante o pouso na tarde deste domingo (9). Ninguém se feriu.
Em vídeo registrado por câmeras é possível ver o momento em que a aeronave estava pousando na pista, quando desliza e vai para a grama soltando fumaça.
De acordo com a Infraero, o avião, que pertence a uma empresa de Belo Horizonte, transportava dois tripulantes e três passageiros, e estava com a documentação regular. Ele foi retirado da pista por volta das 22h de domingo por um caminhão e deslocado para uma pista lateral.
Com a interdição da pista por horas, ao menos 140 voos foram cancelados durante o domingo no país: 73 partindo do Aeroporto de Congonhas e 67 chegando.
A pista foi liberada para pousos e decolagens às 22h18, e o aeroporto, que fecha durante a madrugada, ficou aberto até a 1h excepcionalmente.
O que se sabe até o momento?
Com o segundo maior tráfego de passageiros do país, o Aeroporto de Congonhas em a rota mais movimentada do Brasil, que é a ponte-aérea com o Rio de Janeiro, segundo a Anac.
O Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foi acionado para apurar as causas do acidente envolvendo o avião matrícula PP-MIX.
“Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realizam a coleta e confirmação de dados, a preservação de indícios, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias ao processo de investigação”, diz nota do órgão.
Já um áudio que circula em grupos de pilotos indica que o pneu estourou no momento do pouso porque houve uma tesoura de vento (mudança brusca de direção e velocidade do vento em uma curta distância, resultando em efeitos cortantes ou descendentes) e falha no freio.
Em vídeo que mostra a pista no momento do acidente, o controle do tráfego aéreo fala que vai mudar a direção dos pousos. É uma troca corriqueira, segundo especialistas, e indica que o vento estava impactando a operação.
Com a palavra, a associação
Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira (10), a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) defendeu a restrição da operação de aeronaves de baixa performance no Aeroporto de Congonhas para desafogar o tráfegp aéreo represado por conta do acidente de domingo e conter o efeito cascata no atraso e cancelamento de voos. O problema atinge 15 estados.
À época, a Associação recomendava a “adoção definitiva dessa medida, visto que os impactos causados por incidentes na pista principal de um aeroporto de grande porte impactam milhares de passageiros em todo o Brasil. A estimativa da Abear considera, ainda, prejuízos financeiros que ultrapassam milhões de reais.”
A operação foi retomada na noite deste domingo (9), mas ainda está distante de ser normalizada.
Nas redes sociais um passageiro relatou: “Aeroporto está um caos. Meu voo era às 8h e agora foi remarcado para as 22h”.
Outros usuários também afirmaram que por mais de 12 horas esperam por acomodação em hotéis, oferecida pelas companhias aéreas, enquanto aguardavam para viajar. (UOL)