Passada a euforia das comemorações dos 200 anos da Independência, é bom tirar o romantismo colocado no ato do Ipiranga. Nada de cavalo branco, nada da tropa saudando Dom Pedro. Tudo o que nos ensinaram oficialmente é mentira. Até a data é mentirosa – o ato da Independência foi assinado pela Imperatriz Leopoldina no dia 2 de setembro. Portando, cinco dias antes da data oficial.
Mas, vamos às demais mentiras. Uma delas: Pedrinho (como era chamado nos bares cheios de prostitutas que ele frequentava no Rio de Janeiro) não viajava a cavalo. Na época, era costume o uso de mulas, mais resistentes para longas distâncias. E assim é até hoje. Então não havia cavalo branco, como no quadro do pintor Pedro Américo, feito anos depois.
Outra mentira: Pedrinho não estava fazendo contatos para ter apoio à Independência. Na realidade, ele gostava de vir a São Paulo por causa da Domitila, a Marquesa de Santos. A única verdade é que ele estava em São Paulo, na época província, não estado. E aí tem outra história.
Na época não havia geladeira, e alimentos, principalmente carne, eram conservados na gordura. E nessa viagem longa do Pedrinho, alguns alimentos acabaram se estragando, e mesmo assim ele comeu-os. Não só ele, mas também outros membros de sua comitiva. Resultado: muita gente com caganeira, inclusive Pedrinho.
E por causa dessa caganeira todo mundo era obrigado a parar sempre que a barriga roncava mais forte. Até que chegaram ao riacho do Ipiranga. Na época também não havia papel higiênico, e a suposição é que a parada no riacho foi para dar uma lavada geral. E assim, entre uma cagada e outra, aconteceu nossa Independência. Tá explicado?