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quinta-feira, 25 abril, 2024

Em 2021, o rebanho bovino bateu recorde e chegou a 224,6 milhões de cabeças

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A produção de leite de vaca ficou estável em 35,3 bilhões de litros. A liderança permanece com Castro (PR), com 381,7 milhões de litros

O rebanho bovino cresceu pelo terceiro ano consecutivo em 2021 e alcançou o número recorde da série histórica, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada ontem (22) pelo IBGE. O crescimento de 3,1% na comparação com 2020 fez o número de cabeças chegar a 224,6 milhões, ultrapassando o recorde anterior, de 2016 (218,2 milhões).

De acordo com Mariana Oliveira, analista da pesquisa, o ano de 2021 foi marcado pela retenção de fêmeas para produção de bezerros, assim como já havia sido em 2020, em contraponto à queda no abate de bovinos, devido à falta de animais prontos para o abate.

Mato Grosso, como em 2020, foi líder no ranking estadual, com 32,4 milhões de cabeças, ou 14,4% do efetivo nacional. A seguir vinha Goiás (10,8%). No ranking municipal, a liderança segue com São Félix do Xingu (PA), como em 2020, alcançando 2,5 milhões de cabeças.

O valor de produção dos principais produtos pecuários chegou a R$ 91,4 bilhões. A produção de leite concentrou 74,5% deste valor, seguida pela produção de ovos de galinha (23,9%). No ranking municipal, mesma lista de 2020: Santa Maria de Jetibá (ES) apresentou o maior valor da produção, com R$ 1,4 bilhão, dos quais 94,1% da venda de ovos de galinha, produto no qual lidera o ranking. Bastos (SP) vem na sequência, com R$ 1,0 bilhão, 95,7% proveniente da mesma atividade que o anterior. Castro (PR) fecha o TOP3, como maior produtor nacional de leite de vaca, com 97,3% do valor de produção de R$ 901,9 milhões proveniente desse produto

A produção de leite foi estimada em 35,3 bilhões de litros em 2021, números que demonstram estabilidade na comparação com 2020. Entre as regiões, o Sul voltou a liderar, como tinha acontecido entre 2014 e 2018. Entretanto, apenas o Nordeste, terceiro no ranking, teve crescimento na produção (12,8%) e alcançou a marca de 5,5 bilhões de litros. Investimentos do setor e também das condições climáticas mais favoráveis nos últimos anos fazem a região aumentar a produção pelo quinto ano seguido, justifica a analista.

Minas Gerais, apesar de queda de 0,8% no comparativo anual, continuou sendo a origem da maior produção estadual de leite, 27,2% ou 9,6 bilhões de litros. Entre os 5.502 municípios brasileiros que apresentaram alguma produção de leite, a liderança permanece de Castro (PR), com 381,7 milhões de litros, um acréscimo de 4,9% em relação a 2020.

Carambeí (PR) ficou em segundo lugar, com 227,8 milhões de litros. O terceiro foi Patos de Minas (MG), 206,0 milhões de litros. Cabe destacar que sete dos 10 principais municípios em produção de leite foram mineiros.

O preço médio nacional pago ao produtor pelo litro de leite subiu 21,0% em 2021, chegando a R$ 1,93 por litro. O valor de produção chegou a R$ 68,2 bilhões, com alta de 21,0%. “A variação foi principalmente uma tentativa de acompanhar o aumento dos custos de produção, comportamento que já havia sido observado em 2020”, relembra Mariana.

Assim como na produção de leite e no ranking dos anos anteriores, Minas Gerais liderou no valor de produção de leite, com R$ 19,4 bilhões, um aumento de 21,4% em relação ao ano anterior.

O rebanho de suínos cresceu 3,2% em 2021, chegou-se a 42,5 milhões de animais, o maior efetivo nacional de suínos da série histórica da pesquisa. Segundo Mariana, o ano registrou aumentos históricos nos preços dos insumos “Foi um cenário desafiador aos produtores, principalmente os independentes, mas o abate de suínos cresceu e as exportações de carne suína seguiram aquecidas, atingindo recordes em volume e faturamento”, ressalta.

A Região Sul continua como a principal para a criação: 21,4 milhões de animais, metade do efetivo nacional. Com 8,4 milhões de cabeças, crescimento de 7,8%, Santa Catarina seguiu liderando em nível estadual, seguido por Paraná e Rio Grande do Sul. Entre os municípios, mais uma vez Toledo (PR) apresentou o maior efetivo, seguido dessa vez de Uberlândia (MG) e Rio Verde (GO).

Em 2021, a produção de ovos de galinha cresceu 1,7%, alcançando a marca de 4,8 bilhões de dúzias e batendo o recorde de 2020. Entre as regiões, o Sudeste continua liderando, mesmo com queda de 4% em relação ao ano anterior. A região é responsável por 40,4% do total nacional.

Entre os estados, são do Sudeste o primeiro (São Paulo, com 24%), o terceiro (Minas Gerais, com 8,5%) e o quinto (Espírito Santo, com 7,6%). Completam o TOP5 das unidades da federação o Paraná, em segundo com 9,4%, e o Rio Grande do Sul, em quarto com 7,9%, deixando o Sul como segunda maior produção regional: 22,9%. Entre os municípios, os cinco primeiros são: Santa Maria de Jetibá (ES), com 339,5 milhões de dúzias, seguida por Bastos (SP), Primavera do Leste (MT), São Bento do Una (PE) e Itanhandu (MG).

Já o total de galináceos, que inclui galos, galinhas, frangos, frangas, pintinhos e pintainhas, aumentou 3,5% (52,2 milhões de animais) entre 2020 e 2021, chegando a 1,5 bilhão de cabeças. Cascavel (PR) chegou, pela primeira vez, à liderança do ranking municipal dentre os 5.486 municípios que registraram presença de galináceos. O município paranaense teve aumento de 17,8% em seu efetivo em 2021, enquanto o antigo líder da lista, Santa Maria de Jetibá (ES), caiu para a 2ª posição. Itaberaí (GO) e Cianorte (PR) ultrapassaram Bastos (SP), completando o TOP5. No que diz respeito somente a galinhas, Santa Maria de Jetibá (ES) manteve a liderança, seguido por Bastos (SP), São Bento do Una (PE), Primavera do Leste (MT) e Itanhandu (MG).

A produção nacional de mel atingiu 55,8 mil toneladas, um aumento de 6,4% em relação a 2020. O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela alta nas regiões Sul, Nordeste e Sudeste, com participação de 39,7%, 36,3% e 18,8% respectivamente. O valor de produção chegou a R$ 854,4 milhões, com aumento de 34,8%. O preço médio nacional do mel, por quilo, foi de R$ 12,07 para R$ 15,30. “Esse é um mercado com demanda e espaço de crescimento. Há um potencial produtivo a ser explorado, e isso vem acontecendo, com alta do dólar e o aumento no preço”, explica Mariana.

O Rio Grande do Sul é o maior estado produtor de mel do Brasil, responsável por 9,2 mil toneladas, seguido pelo Paraná (8,4 mil) e o Piauí (6,9 mil). O ranking tem sido liderado por esses Estados desde 2017, que, juntos, representam 43,9% da produção total brasileira. Dentre os 3.991 municípios que registraram alguma produção de mel em 2021, a liderança é de Arapoti (PR), com produção estimada de 925,6 toneladas, seguido de Santiago (RS), Ortigueira (PR), Bagé (RS) e Botucatu (SP).

A criação de peixes em cativeiro (piscicultura) cresceu 0,9%, totalizando 559 mil toneladas em 2021, recorde da série. Esse aumento foi puxado pela Região Sul, maior produção nacional (35,4%) e com crescimento de 4,2% em relação à 2020, e pelo Centro-Oeste, que tem a menor participação (13,2%), mas apresentou o maior crescimento em 2021, de 7,5%.

Entre os estados, destacam-se, mais uma vez, Paraná (25,9%), São Paulo (9,3%) e Rondônia (7,7%). Entre os municípios, Nova Aurora (PR), com 20,1 mil toneladas (3,6% da produção nacional) seguiu liderando. Logo atrás, Morada Nova de Minas (MG), com 2,3%, e Ariquemes (RO), com 2,2%.

Desde o início da série histórica, a tilápia segue liderando entre as espécies. Em 2021, foram 361,3 mil toneladas, ou 64,6% da produção total de peixes. A região Sul foi a principal produtora, com Paraná liderando o ranking estadual da espécie e, em nível municipal, Nova Aurora (PR).

A segunda espécie mais produzida foi tambaqui, que apresentou queda (5,9%) e chegou a 94,6 mil toneladas (16,9% do total da piscicultura). Essa espécie concentra-se principalmente no Norte, origem de 71,6% da produção nacional. Somando-se ao Nordeste (22,6%), ambas acumularam se 94,2% do total nacional.

Rondônia segue liderando o ranking estadual, com 36,7% da produção total de tambaqui. Em seguida tem-se o Maranhão (12,1%) e Roraima (12,1%). Nos municípios, Ariquemes (RO), Amajari (RO) e Almas (TO) fazem o TOP3.

Na terceira posição da piscicultura figura o grupo tambacu e tambatinga (7,7% de toda a produção), que teve leve queda, de 0,5%, de 2020 para 2021. Sua produção se distribui praticamente entre o Centro-Oeste (58,6%), o Nordeste (25,4%) e o Norte (14,7%), mas está concentrada principalmente no Mato Grosso, origem de 54,8% da produção nacional dessas espécies. O Maranhão também se destaca, tendo produzido 21% do total estimado.

A produção de camarão criado em cativeiro chegou a 78,6 milhões de quilos em 2021, número 18,1% maior que em 2020. A expansão da criação, focada no Nordeste (99,7% da atividade nacional), é a quarta seguida. “A cada edição da pesquisa, o setor mostra ter superado de forma consistente a crise da incidência do vírus da mancha branca”, diz Mariana.

O Ceará é o principal produtor. Com um aumento de 38,3% na produção, o estado se distanciou do Rio Grande do Norte, estado com a segunda maior produção, e alcançou 33,7 mil toneladas ou 42,9% do total nacional. Entre os 192 municípios produtores, novamente Aracati (CE), com 11,1% da produção nacional, lidera, seguido agora por Acaraú (CE) e Pendências (RN).

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