David Leitch é um camarada que sabe fazer bem filmes de ação com toques de ironia (vide ‘Atomic Blonde’, a continuação pouco inferior de ‘Deadpool’ e sua direção de stunts em ‘John Wick’. Mas no caso de ‘Trem Bala’ (‘Bullet Train’) estreia desta semana nas telonas, o resultado ficou abaixo do esperado, Por isso até o resultado para conseguir faturar algum trocado na bilheteria , antes que todos descubram que se trata de uma bomba e role o boca-a-boca negativo. O filme já está em cartaz na sala do Moviecom do Maxi Shopping Jundiaí.
E se tem a dobradinha Tarantino e Guy Ritchie, é claro que o resultado seria um filme construído como um colcha de retalhos tendo tudo o que você já viu em produções de ação com toques de humor e mais a pia da cozinha, como dizem os americanos. No elenco, só estrelas: Brad Pitt, Sandra Bullock, Aaron Taylor-Johnson, Michael Shannon e para chamar a atenção nos cartazes uma trama rocambolesca que enfia vários assassinos de contrato diferentes num trem bala japonês. A princípio, eles não se conhecem. Mas as missões de todos irão levar para um mesmo destino final.
Para quem espera piadas inteligentes, esquece. O grau de humor de Trem-Bala esbarra no sem graça e forçadas. Além disso, as cenas de luta são mais ou menos (limitadas pelo espaço dos vagões) e uma tentativa (fracassada) de desconstruir esse tipo de filme. O fio condutor é o personagem de Brad Pitt, que pegou o ‘serviço’ na vaga de outro que não pôde fazer.
Usando o codinome Ladybug (joaninha), é um típico doidão zen Califórnia, que Pitt faz com um pé nas costas. Ele tem carisma e traquejo o bastante pra isso. O outro destaque é a personagem Prince (Joey King), que também imprime alguma personalidade a seu papel, uma suposta menina inocente. O resto do elenco tem que se sujeitar a tipos caricatos e cheios de frases feitas, de dar vergonha. O que não se faz para pagar boletos.
É o tipo de filme que, se lançado direto para streaming, talvez desse mais certo. Como ‘O agente oculto’, do Netflix, que, perto desse, acaba parecendo bem melhor do que realmente é.