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quarta-feira, 24 abril, 2024

“A Fera” é para quem busca tensão e entretenimento

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Estreia desta semana nas salas do Moviecom do Maxi Shopping Jundiaí, A Fera é estrelado por Nate Daniels (Idris Elba), um homem que perdeu a mulher recentemente e, para viver o luto, decide retornar à África do Sul, local onde conheceu sua falecida esposa, para passar férias há muito planejadas com suas duas filhas (Iyana Halley e Leah Jeffries) em uma reserva natural administrada pelo velho amigo da família Martin Battles (Sharlto Copley), um biólogo da vida selvagem. Os ingressos podem ser adquiridos pelo https://moviecom.com.br/cinema.

Mas esse descanso há muito tempo esperado e tranquilo se transformará em um teste de sobrevivência quando um leão sedento de vingança, o único sobrevivente da caça sanguinária de caçadores furtivos, que mataram toda sua manada, começa a devorar qualquer humano em seu caminho, já que considera todos os humanos como um inimigo e persegue o médico e sua família por toda a savana. Agora, o único jeito de escapar das garras da fera é lutando e sobrevivendo, ou matar o leão de uma vez por todas.

Facilmente comparável a A Sombra e a Escuridão, de Stephen Hopkins, A Fera é uma produção bem menos ambiciosa, mas conta com uma narrativa quase didática para nos atentarmos a questões ambientais e a nossa relação com animais em seu habitat natural. O personagem do ator sul-africano Sharlto Copley é o ponto de partida para que consideremos o outro lado da história, mesmo em meio à matança e caos.

Ele interpreta Martin, um dos funcionários do safári que faz o possível para preservar a vida silvestre e, por seus próprios métodos, extinguir a caça ilegal — atividade esta que causou a ira do leão que dá ênfase ao nome do filme. Quando toda a família do animal é morta, ele é o único que sobra e entendemos que o luto é uma devastação emocional que assombra a todos os protagonistas do filme, humanos ou não.

Em A Fera, nos deparamos com um cenário de grande exposição das belezas naturais da África do Sul, com um paraíso visual que acrescenta valor à fotografia do filme. Já no fim do primeiro ato, as imagens do safári em destruição são autoexplicativas; passam a mensagem de que, uma vez que os animais são afetados, o ambiente ao seu redor é deteriorado na mesma medida.

Crítica

Entre lutar para sobreviver, uma pausa para analisar o filme. Afinal, em A Fera, além da visita do médico Nate Samuels, com as duas filhas adolescentes, Norah e Mare a um país importante na história da família, o objetivo também é se conectar com a falecida esposa em seu local de origem e resgatar os laços afetados com as jovens garotas.

Como já anunciado no nome do filme, a viagem dos sonhos se torna um dos maiores pesadelos para a família enlutada quando um leão feroz ataca a todos no vilarejo e no safári após uma expedição de caça ilegal. Sem ninguém para socorrê-los, Nate precisa lutar com as poucas armas que tem e salvar a vida de suas filhas, mesmo que a sua corra o risco de não ser poupada.

Quem é o verdadeiro inimigo?

A princípio, A Fera nos apresenta um cenário familiar corrompido pelo luto e as mágoas que envolvem Nate, Norah e Mare. O relacionamento entre Nate e a finada esposa estava instável e a presença de um câncer não deu tempo para que resolvessem suas pendências. Assim, nos vemos imersos em um problema que parece difícil de ser conversado em meio aos ataques do leão.

Por outro lado, o animal silvestre, ao mesmo tempo em que nos assusta, também levanta questões sobre sua razão de existir e seu comportamento pouco usual — afinal, conforme mencionado pelos profissionais do safari, não é comum que leões atacam humanos. Assim, enquanto temos empatia por Nate e sua família, fica o sentimento de que os ataques não vieram do nada.

O Pai

É muito mais fácil pensar em filmes de valorização materna para celebrar o Dia das Mães, por exemplo, do que encontrar bons exemplos de pais (na vida real e na ficção). Sem entrar no mérito de questões patriarcais e de responsabilidade masculina na paternidade, A Fera estabelece o personagem de Idris Elba como um pilar essencial para o funcionamento de uma família repleta de rachaduras.

Nate demonstra com atitudes o que falta nas poucas palavras de afeto e é tão altruísta que morreria pelos outros, mas não antes de ter certeza de que as filhas estão em segurança. Sua falta de autocuidado faz com que sejamos confrontados com cenas intensas de ação, de lutas corporais nada inteligentes e embates em que ele é sempre o lado mais fraco. E isso é positivo, porque acrescenta humanidade ao personagem e a frequente sensação de que algo muito ruim acontecerá — mesmo que, no fundo, tenhamos alguma certeza de que protagonistas são sempre safos.

Nesse ponto, o filme se caracteriza como uma assinatura inegável de Baltasar Kormákur. O diretor tem em seu currículo produções como Sobreviventes (2012), Vidas à Deriva (2018) e Evereste (2015), todas centradas na temática de sobrevivência em ambientes hostis. Sua experiência com tais longa-metragens foi essencial para salpicar em A Fera tudo o que se espera em cenários de insalubridade.

Idris Elba protagoniza momentos de insuficiência de recursos materiais, além de sentimentos de desgaste físico e emocional, intimamente compartilhados com as filhas interpretadas por Yiana Halley e Leah Jeffries. As jovens atrizes entregam um relacionamento em que a vulnerabilidade passa de uma a outra, revezando na fragilidade quando a outra precisa ser a mais forte. E, assim como o pai luta por elas, as adolescentes também se colocam à frente para defendê-lo.

E quando falamos sobre tais lutas, não podemos deixar de mencionar a presença do não tão imponente leão, ferido desde o início do filme, e a tensão causada em todos os momentos em que ele se aproxima. Com um CGI convincente — mas, ainda menos perfeccionista do que poderia ter sido —, o animal te faz dar solavancos na poltrona do cinema, devido à sua grandeza em relação a humanos comparativamente tão pequenos.

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