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terça-feira, 16 abril, 2024

Mais duas vítimas depõem contra anestesista

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Duas mulheres, com os filhos ainda no colo, atendidas pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra, 32 anos, preso por estupro na segunda-feira (11), procuraram a DEAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, para prestar depoimento. 

Em entrevista coletiva, as pacientes relataram um procedimento padrão do médico: sedação total e pedido para que os maridos se retirassem do centro cirúrgico após o nascimento dos bebês. 

No fim da manhã desta terça-feira (12), a técnica em radiologia Naiane Guedes, 30, contou que estranhou a anestesia total e disse recordar de Giovanni sussurrando no ouvido dela.

“Um fato marcante é que o tempo todo ele falava baixinho no meu ouvido. Ele me monitorava, mas as perguntas de praxe fazia muito próximo ao meu ouvido e isso me incomodou bastante”, lembrou a paciente, que tem histórico de dois partos e não foi totalmente sedada nas cirurgias anteriores.

A mulher revelou que se desesperou ao reconhecer o anestesista nas reportagens que revelaram a prisão dele. “Eu fiquei completamente dopada. Quando recupero a memória, lembro de só ouvir a voz dele no centro cirúrgico, não escutava a voz de mais ninguém. A impressão é que estava sozinha com ele.

O parto de Naiane aconteceu no dia 5 de junho no Hospital da Mãe, em Mesquita, na Baixada Fluminense – uma das unidades em que o médico atendia. 

Depois que o bebê nasceu, Rafael, o marido de Naiane teve de deixar a sala de parto. Ao contrário do que aconteceu após o nascimento dos primeiros filhos do casal, quando ele acompanhou a mulher até o fim do procedimento. “Depois que eu saí, ela foi sedada. Tudo isso é revoltante”, disse Rafael.

Já a segunda mulher, que pediu para não ter o nome divulgado, conversou com os repórteres na delegacia na manhã desta terça, e relatou o mesmo padrão de comportamento do médico. Ela contou que chegou à unidade hospitalar para um parto de emergência e que o anestesista a informou que ela seria sedada, mas garantiu que estava tudo bem com a paciente.

Essa segunda vítima disse ainda que, pelo que lembra, acordou com o anestesista limpando as mãos ou tirando a luva. “A gente não entra no centro cirúrgico achando seremos abusadas, mas ficamos em uma situação vulnerável. Eu lembro que fiquei preocupada com o apagão. Já passei por uma cesárea antes e não aconteceu essa sedação.” 

Desde que soube da prisão do anestesista, a mulher tem se questionado se foi abusada. “A desculpa que usam [para o abuso] é a roupa, como [a mulher] se comporta e a gente não está ali em situação dessas.”.

Até o momento, dois médicos e outros quatro profissionais entre enfermeiros e técnicos de enfermagem já prestaram depoimento à Polícia Civil do Rio. Os médicos não quiseram dar entrevista. De acordo com Bruno Rocha, advogado da Fundação Saúde, responsável pela administração do hospital, os profissionais ficaram surpresos com as imagens obtidas e que o estupro filmado teria ocorrido após o nascimento da criança. (UOL)

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