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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Mulher paraguaia tem cabeça raspada e a palavra ‘ladra’ escrita na testa por lojistas do Brás

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O crime aconteceu na última segunda-feira (6), mas pela barbárie, ainda repercute. Uma mulher paraguaia, de 47 anos, foi brutalmente agredida por lojistas da galeria Top Shop, localizada na rua João Teodoro, no bairro do Brás, região central da capital paulista. A vítima, que preferiu não se identificar, foi acusada de furto e por isso teve a cabeça raspada, a blusa rasgada e a palavra “ladra” escrita em sua testa. As informações são do site do G1.

Acusada de ter furtado roupas do local, a mulher, além das agressões, ouviu frases xenofóbicas, como “volta para seu país” e “você não tem nenhum direito aqui no Brasil”.

Ainda segundo a paraguaia, ela trabalha como sacoleira no Brasil, onde vive com o marido e três filhos, e foi ao Brás para comprar peças para revender. Em uma das lojas, ela teria perguntado o preço de uma roupa infantil. Depois, quando estava dentro do táxi, dois seguranças armados a abordaram. Eles a levaram com a sua sacola para os fundos do estabelecimento.

De acordo com a mulher, a tortura começou nesse momento. Os seguranças rasparam a sua cabeça e começaram a fazer ameaças. A paraguaia também teria apanhado com um taco de madeira.

Já fora da sala dos seguranças, a mulher foi agredida com tapas e socos no rosto enquanto passava por um corredor da galeria.

Uma mulher teria afirmado que a paraguaia não entregou uma possível comparsa que havia roubado um celular.

Então, a moça pegou uma caneta e escreveu a palavra “ladra” na testa da vítima. Depois, a paraguaia teve a sua roupa rasgada com uma tesoura. As imagens gravadas mostram que ao menos três mulheres e dois homens realizaram as agressões.

Ao conseguir fugir do local, a paraguaia sentou em uma calçada desorientada. Segundo ela, uma comerciante deu uma blusa para que pudesse se cobrir.

A advogada Juliana Valente, que representa a vítima, informou que ela foi para um hospital fazer alguns exames, porque estava com um hematoma na cabeça.

Ainda segundo a defesa, a mulher está muito abalada e por isso o boletim de ocorrência não foi registrado. Porém a advogada pretende registrar o caso como xenofobia, cárcere privado, tortura e lesão corporal na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi).

A GloboNews procurou a galeria Top Shop para comentar o episódio, mas não obteve retorno.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSSP) informou que, mesmo sem o registro do caso na Polícia Civil, “as imagens serão analisadas visando a identificação da vítima para formalização da denúncia e esclarecimento dos fatos”.

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP) relatou por meio de nota que foi “acionada a respeito do caso de extrema violência e xenofobia contra uma senhora migrante que foi agredida física, psicológica e moralmente”. 

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