É natural que no decorrer dos tempos as coisas mudem. Que mudem, mas nem tanto. E por aqui
sempre que há mudança é para pior. Antes, era o cachorro vira-lata que revirava o lixo colocado na rua (vira-lata porque antes de existir o saco de lixo, o mesmo era colocado em latas). Hoje quem revira o lixo é o sujeito que trabalha com papelão, vidro, plástico e lata de alumínio. Não foi uma mudança agradável.
Professores, outrora tão admirados e respeitados, hoje são agredidos dentro das escolas. Horror dos horrores, a funkeira Anitta vai dar aula em faculdade – vai ensinar negócios. Jornalistas, também outrora independentes, sérios e respeitados, hoje estão avacalhados pela invasão de idiotas que dão suas opiniões e notícias falsas ou incompletas nas redes sociais.
E até jornalistas formados (e não são poucos) conseguem expelir seus conteúdos intestinais quando falam. Comentaristas de futebol são outro caso tenebroso. Ex-jogadores na maioria, erram a todo instante, manifestam suas preferências. A ponto de muita gente ver jogo de futebol pela TV sem som. Muda, calada, a TV deixa de transtornar torcedores até do Arapiraca.
E tais mudanças que ocorrem no mundo produzem incoerências. O milho verde, à venda nos mercados, por exemplo, é amarelo. O cantor Belo não é nenhum exemplo de beleza. Lady Gaga não é gaga. A calça se veste, e o sapato se calça. A Bruna Surfistinha não é surfista; já foi quenga, depois “escritora” e finalmente atriz pornô. Subiu em muita coisa, menos numa prancha de surf.
Hoje dá-se mais valor a uma opinião idiota de um “influencer” qualquer do que para a opinião de alguém que entende, que é especialista. O que confirma a tese: para haver “influencers” é preciso haver “idioters”. As pessoas estão cada vez mais presas às suas casas, trancadas e com medo. Nas ruas, que seria o lugar para as pessoas de bem, há cada vez mais bandidos. Soltos, impunes e a cada dia mais ousados.
Pra encerrar: O Zeca Pagodinho, mais conhecido por seu amor à cerveja, não canta pagode. Canta
samba. E o Exalta Samba canta pagode.