No mês de abril, investidores devem continuar atentos aos desdobramentos da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, que afeta os mercados e as principais commodities ao redor do mundo.
Desde que a guerra começou, os preços das matérias-primas dispararam. Um levantamento da consultoria Safras & Mercados, produzido, aponta que o milho e a soja, por exemplo, chegaram ao maior preço dos últimos dez anos em março, e o trigo chegou a subir 49,5%.
Essa valorização dos preços favoreceu o Ibovespa, que é composto por cerca de 33% de companhias que trabalham com matérias-primas. Dessa forma, o mês anterior foi positivo no mercado de capitais, e o trimestre foi o melhor para o principal índice da B3 desde 2020, afirmou o CEO da Grana Capital, André Kelmanson.
Carteira recomendada
Entre as ações mais recomendadas entre 14 bancos e corretoras para o mês de abril, a mineradora Vale foi a companhia mais indicada. O levantamento dos papéis mais sugeridos para este mês foram contabilizados por meio das carteiras da Órama, XP, Genial, CM Capital, Toro, Santander, Warren, Guide, Ativa, Planner, Safra, Benndorf, Bradesco e Terra.
Vale
Ação: VALE3
Comentário: Bradesco
Recentemente, elevamos o preço-alvo da Vale para R$ 135 por ação (de R$ 108), considerando uma perspectiva de oferta e demanda mais apertada do que o esperado para as principais commodities em 2022.
Mesmo que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia termine, achamos que as interrupções no fornecimento podem levar alguns trimestres para se dissiparem. A mesmo tempo, os estímulos chineses aumentarão a demanda por minério de ferro ao longo do ano, embora a piora da pandemia de Covid-19 no curto prazo seja um risco.
Itaú
Ação: ITUB4
Comentário: Terra Investimentos
O Itaú atua em todas as modalidades por meio de suas carteiras: comercial, crédito imobiliário, financiamento, investimento e arrendamento mercantil.
O guidance para 2022 ficou maior que o consenso, refletindo um melhor mix de receitas e premissas conservadoras sobre a qualidade dos ativos.
Para este ano, o Itaú projeta que sua carteira de crédito crescerá até 12% ante 2021, após a expansão de 18% no ano passado, e que o custo de crédito ficará entre R$ 25 bilhões e R$ 29 bilhões, ante os R$ 20,2 bilhões registrados em 2021.
PetroRio
Ação: PRIO3
Comentário: O foco permanece na aquisição de campos maduros, redução dos custos e no incremento dos resultados, consolidando a companhia como uma das mais eficientes no segmento de exploração e produção de petróleo.
Em decisão recente, o conselho aprovou a alteração da moeda funcional de real para dólar, de modo a representar mais fidedignamente os resultados e o patrimônio da companhia.
Petrobras
Ação: PETR4
Comentário: Safra
Acreditamos que a ação da empresa deva se beneficiar da continuidade do processo de redução do endividamento e a consequente adoção da nova política de dividendos, além do foco nos ativos com maiores retornos e dos níveis atuais do preço de petróleo.
O principal ponto de atenção segue sendo a possibilidade de interferência na política de preços da Petrobras, porém, acreditamos que esse risco é limitado, uma vez que a legislação e o estatuto da empresa trazem alguma proteção contra interferência política.
Vibra
Ação: BRDT3
Comentário: Santander
A Vibra Energia, antiga BR Distribuidora, apresentou resultados fortes e em linha com as estimativas no 4º trimestre de 2021. Os resultados consistentes ao longo de 2021 colocaram a empresa em uma posição de liderança de mercado, tanto em termos de margens quanto em participação de mercado.
Após reportar novas melhorias operacionais (e em um ritmo mais rápido do que esperávamos em 2021), a Vibra já atingiu um nível sólido de redução de custos. A administração continua trabalhando em fontes adicionais de melhoria da margem bruta por meio de preços e fornecimento de combustível.
Não apenas o valuation permanece atraente com a ação, mas também vemos a Vibra avançando com sua estratégia de longo prazo voltada para a criação de valor a partir das mudanças estruturais advindas da transição energética no mercado brasileiro.