A prorrogação do prazo de entrega do Imposto de Renda (IR), que termina em dia 31 de maio, ofereceu mais uma oportunidade para os contribuintes evitarem erros na declaração que costumam ocorrer quando alguns cuidados importantes não são observados.
Fabiano Ramos Toigo, especialista da Messem Investimentos, lembra que a declaração preenchida corretamente pode significar uma restituição maior ou, ao menos, um pagamento menor do imposto devido. Sem contar que o preenchimento correto evita eventuais penalidades ao cair na malha fina da Receita Federal.
Um erro comum do contribuinte, segundo Toigo, é com relação a ações na Bolsa. “Ações na declaração de bens devem ser lançadas pelo custo médio de compra e não pelo seu valor em 31/12 de cada ano”, esclarece o especialista.
Outro equívoco que costuma acontecer na declaração é confundir os tipos de Previdência Privada, PGBL ou VGBL. “O PGBL é dedutível da base de cálculo do Imposto de Renda, diferentemente do VGBL. Por isso, quem tem Previdência Privada precisa ter atenção ao fazer o lançamento”, destaca.
“Se o contribuinte costuma pagar Imposto de Renda ao longo do ano (ou ter retenções em seus recebimentos) o plano de previdência que deverá optar para realizar aportes é o PGBL”, acrescenta.
Outro ponto de atenção são os imóveis, modalidade tradicional de investimento, mas que costuma causar confusão na hora de declarar o IR.
“O bem deve estar na declaração pelo custo histórico de aquisição e, mesmo que o seu valor de mercado tenha mudado ao longo dos anos, o montante declarado não deve variar”, esclarece.
Toigo lembra que um esquecimento comum é não lançar, quando for o caso, os rendimentos dos dependentes. “O contribuinte deverá fazer o lançamento do dependente que tenha recebido rendimento tributável. Esse valor irá se somar aos seus rendimentos”, observa.
Excesso de despesas com saúde costumam ser detectadas pela Receita Federal, caindo na malha fina automaticamente. “Tenha sempre os comprovantes guardados com gasto elevados com Saúde, pois poderá ser necessário comprovar posteriormente para a Receita”, alerta.
Mas existem outros erros comuns que costumam gerar problemas aos contribuintes, salienta. “Digitação de valor errado, omitir dívidas, lançar dependentes indevidamente e agrupar os investimentos em apenas um bem são exemplos de equívocos que podem fazer o contribuinte cair na malha fina”, explica.
O especialista oferece algumas dicas para não errar na declaração de IR:
- 1) Verificar se sua variação patrimonial de um ano para outro (observar também as dívidas) é condizente com os seus rendimentos – sem esquecer dos gastos cotidianos e que não aparecem necessariamente na declaração. Caso não seja compatível, algo está errado;
- 2) Com a senha do gov.br, o contribuinte pode importar a declaração pré-preenchida e continuar o seu preenchimento. Isso é muito importante, já o sistema mostra tudo o que já consta declaração do ano anterior em seu nome e, assim, evita-se esquecimentos.