No Brasil, 4,7% das startups foram fundadas exclusivamente por mulheres e 5,1% por homens e mulheres. Os dados são do estudo Female Founders Report realizado pelo Distrito Dataminer, em parceria com a B2Mamy e Edeavor, no ano passado e revela que, apesar do crescimento das startups pelo país, a presença feminina neste ecossistema ainda é tímida.
A coordenadora de empreendedorismo feminino do Sebrae, Renata Malheiros, explica que o estímulo à diversidade nas empresas, com a maior participação de mulheres e outros grupos, torna o ambiente mais criativo e aberto à inovação, o que garante maior competitividade no mercado.
“Quanto mais diversidade, mais criatividade, que é a mãe da inovação. Em um ambiente diverso, onde você encontra o diferente, há mais abertura para pensar de maneira inovadora. As startups, por exemplo, estão buscando resolver problemas do mundo real, que é diverso e heterogêneo, por isso que as chances de dar certo aumentam quanto maior diversidade houver nesse ambiente”, ressalta.
Desafio é uma palavra que a jovem mineira Priscila Faria conhece desde que se tornou CEO de uma empresa inovadora, a Recicla Club, startup especializada em gestão de resíduos. Com grandes clientes do ramo automotivo, alimentício e de desenvolvimento de tecnologias industriais, a empresa ajuda indústrias a atingirem metas de Aterro Zero. Com apenas 27 anos, ela conta que o empreendedorismo faz parte da sua vida desde a infância.
“Desde muito cedo, me vi obrigada a assumir a responsabilidade de assumir projetos importantes nas empresas que trabalhei. Fui criada para ser combativa e superar os desafios. Assim, quando alguém me subestima, isso me dá um gás. Se eu me abalasse, seria muito mais difícil, pois atuo em uma área bem masculina”, comenta. Ano passado, Priscila venceu o Planeta Startup, reality show da Tevê brasileira que premiou com R$ 1 milhão as startups lideradas por mulheres.
Aldaci Righi, CEO da Logpyx, em Belo Horizonte, divide o comando da empresa de tecnologia de localização com o marido. Mesmo à frente de um trabalho bem-sucedido, que atende clientes do mercado como Shell, Ipiranga e Basf, a empresária confessa ter enfrentado situações constrangedoras por ser mulher.
“Certa vez fui a uma reunião com o cliente e levei um estagiário. Na ocasião, o cliente me ignorou e se dirigiu apenas ao estagiário, que se sentiu constrangido com a situação”, recorda. Apesar do preconceito, a empresária não desanimou e usa o bom humor para superar as dificuldades. Além disso, incentiva o seu time, a maioria mulheres, a desenvolver competências na área de TI.
“Precisamos criar as nossas filhas para ocupar esses lugares na engenharia, tecnologia e demais áreas, onde predominam os homens”, ressalta. Criada em 2016, a startup foi uma das marcas presentes na sétima edição no Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, em 2017.
Participe do 9º Congresso Brasileiro de Inovação
Nesta quarta (9) e quinta-feira (10), o Sebrae, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), realiza o 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Em formato híbrido, com transmissão on-line e espaço presencial em São Paulo, a iniciativa vai pensar e debater a inovação como a principal estratégia de desenvolvimento sustentável dos negócios. A diversidade e a inclusão serão temas discutidos nas atividades da programação e tidos como motores da inovação. As inscrições são gratuitas.
A expectativa é que sejam reunidas mais de 10 mil pessoas, tornando a iniciativa um dos maiores eventos do tipo do país. Além do palco principal, o Congresso terá espaço para networking e apresentação de experiências, mostra de tecnologia e lounges montados pelos realizadores (CNI, SESI, SENAI, IEL e Sebrae) para workshops, sessões privativas com palestrantes e atividades de mentoria com lideranças empresariais.
