O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, é apontado por economistas “muito mais barato” para lojistas do que pagamentos com cartões, apontou um artigo publicado nesta quarta-feira pelo órgão dos bancos centrais, destacando seu potencial de crescimento entre empresas após sua vertiginosa ascensão entre pessoas físicas. As informações são da agência internacional de notícias Reuters.
Segundo o documento, de coautoria de economistas do Banco Central do Brasil para o Banco de Compensações Internacionais (BIS), o Pix tem um custo médio de 0,22% por transação para os lojistas, enquanto os cartões de débito custam pouco mais de 1% e os cartões de crédito atingem 2,2% no país.
Ainda como diferencial, o sistema de pagamentos é mais competitivo do que a taxa de cartão de crédito de 1,7% nos Estados Unidos, 1,5% no Canadá e 0,3% na União Europeia, acrescentou o artigo, ressaltando não representar necessariamente as opiniões do BIS ou do BC.
Lançado em novembro de 2020, o Pix é gratuito para pessoas físicas, mas a autoridade monetária permitiu que bancos e instituições de pagamento definissem livremente os custos para as empresas, tanto para transferências quanto para recebimentos de recursos.
As operações entre pessoas físicas ainda são dominantes no Brasil, mas reduziram sua participação para cerca de 75% do total de transações no Pix em fevereiro, com os pagamentos de pessoas para empresas (P2B) rapidamente ganhando terreno.
“Um aumento adicional no uso P2B é esperado ao longo do tempo, já que novos serviços, como débito automático e pagamento de contas eletrônicas, estão programados para serem lançados em um futuro próximo”, observou.
No comércio, o uso crescente do Pix pode prejudicar prejudicar empresas adquirentes, como a Cielo, controlada pelo Banco do Brasil e Bradesco, e a Rede do Itaú, uma vez que suas receitas estão vinculadas ao uso de cartões em suas máquinas.
Neste rol inclui empresas como PagSeguro, Stone e GetNet, do Santander Brasil.
Aproximadamente 9,1 milhões de empresas aderiram ao Pix, representando 60% das companhias que possuem relação com o sistema financeiro nacional, apontou o documento.
Apenas 15 meses após seu lançamento, o Pix já foi utilizado por 114 milhões de pessoas no Brasil –67% da população adulta– movimentando 6,7 trilhões de reais e atingindo o patamar dos cartões de crédito e débito.