Sabido é que neste ano haverá eleições. Em outubro. E, como em todo o ano de eleições, há pretensos, possíveis e hipotéticos candidatos. Também por ser ano de eleições, historicamente acontece maior número de greves, cujo único intuito é colocar água no chopp de quem está governando. A greve dos coletores de lixo em Jundiaí é um senhor exemplo de oportunismo eleitoral.
Nem se discute aqui se os coletores de lixo merecem ganhar mais ou ganhar menos, ou se essa greve tem ou não apoio do sindicato que os representa. O que soa como incoerência e oportunismo é a presença de gente que não tem nada a ver com sindicato, coletores, empresa ou prefeitura. Gente que tenta pegar carona numa causa para se projetar na mídia, que, felizmente, não está dando espaço ao exibicionismo e à cantilena dos mesmos de sempre.
Não que os votos dos coletores e lixo e de seus familiares vão eleger alguém. Mas quem se enfia de bicão numa greve onde não foi chamado quer exposição. Quer ser visto ou vista. Quer aparecer. Pelo que se sabe, a empresa e os coletores já entraram em acordo, e ficou acertado que o trabalho voltaria ao normal. O sindicato que representa os coletores concordou com tudo, e apoiou a volta ao trabalho. Mas…
Tem gente que não quer que isso aconteça. É a turminha do “quanto pior, melhor”. Nada como uma crise, um problema, uma situação de instabilidade para se lançar como salvador da pátria, como alguém que consegue resolver tudo, mesmo iludindo os coletores de lixo com estratosféricos aumentos de salário e condições de trabalho típicas da Suécia ou Canadá.
Esse tipo de agitação não leva a nada. Não dá resultados. Ao contrário, só atrapalha. E no fim de tudo, quando a canseira chegar, descobrir-se-á que nesse circo havia mais palhaços do que plateia. Enfim..
Anselmo Brombal – Jornalista
