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quinta-feira, 28 março, 2024

Crise? Onde está a crise?

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Há muita gente reclamando de preços, de situação, de falta de trabalho e até da chuva. Diz-se que estamos passando uma crise. E das grandes. Cita-se como exemplos os preços dos combustíveis, dos alimentos, do vestuário, dos imóveis… Realmente os preços estão pela hora da morte – se é que a morte tem preço por hora. Se a morte cobrar por hora, como os estacionamentos de carros em Jundiaí, então é caro mesmo.

Por outro lado, vê-se muita gente esbanjando. Viajando. Comprando. E aí vem a pergunta: onde está essa crise? Vamos lá. Os jogos do campeonato mundial de clubes tiveram público brasileiro nunca visto. Segundo a Fifa, havia mais de 30 mil torcedores palmeirenses em Dubai por causa dos jogos. Além da passagem caríssima, passar alguns dias em Dubai não é para qualquer um.

Outro exemplo? O Rock´n Rio está com os ingressos esgotados. Ingressos de R$ 545. Que lhe dá o direito de ficar em pé, longe dos banheiros. Para suportar as atrações mequetréfes que estão programadas. Rock´n Rio já foi bom. Até Pablo Vittar já foi atração nessa porcaria.

Mais algumas coisas. Neste começo de ano tem pouca gente viajando nos cruzeiros, mas não por causa dos preços. A Covid inibe as viagens, e havia alguns cruzeiros programados que foram cancelados por causa disso. Mas não faltou procura. Viagens aéreas também estão lotadas nesse começo de ano, para os mais diferentes destinos, aqui e em outros países.

Os preços dos carros estão proibitivos, mas tem muita gente comprando. A Volkswagen, por exemplo, lançou o Up, que de tão ruim ficou em produção somente uma geração (carro agora é por geração). Mas custava o olho da cara. Uma carroça motorizada se auto rotulando como automóvel. Em alguns modelos de algumas marcas há filas de espera.

Nos supermercados acontece uma situação diferente. Aparelho de barbear, por exemplo, se tornou artigo de luxo. Caro e imprestável. Alguns alimentos, como pimentão, tomate, batata, frutas, são colocados nas bancas com um preço lá em cima. Passados alguns dias, e sem vender – ou vender muito pouco – os preços caem, e muito. Se estragarem, o prejuízo será total. Melhor então ganhar menos. Ser menos usurário.

Qualquer showzinho meia-boca tem ingresso esgotado rapidamente. E não é ingresso barato. Basta ver a ostentação de alguns cantores, notadamente os sertanejos, para se calcular o quanto ganham. Não é inveja. É desproporcional a tudo o que se possa imaginar.

Existe gente em má situação? Existe, e muita gente. Mas para muitos é mais cômodo esperar ajuda do governo. Trabalhar para que, se todos ajudam? Não faltam campanhas arrecadando cestas básicas, roupas, calçados, artigos de limpeza e higiene pessoal. Tudo bem que nem tudo chega a quem precisa. Suspeita-se há gente desviando doações de campanhas. Mas são somente suspeitas.

E assim, de reclamação em reclamação, os dias vão se passando. Nada muda, e por um motivo simples: o que deveria mudar é a mentalidade dessa gente, as pessoas. Os governos passam, as “crises” passam. E como diziam os antigos açougueiros, mudam as moscas, mas a bosta é a mesma.

Anselmo Brombal – Jornalista

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