Queda dos níveis dos reservatórios e baixo índice de chuvas foram determinantes para a alteração do período de rodízio; revezamento ficará suspenso entre os dias 23 de dezembro e 3 de janeiro
Frente à estiagem prolongada e o baixo volume dos reservatórios, a Sanebavi vai retornar com o fornecimento de água na modalidade 24hX24 horas, desde quinta-feira (2). Nesse formato, serão 24 horas de abastecimento seguido de interrupção por 24 horas, conforme adotado no início do sistema de revezamento, válido para os bairros abastecidos pela Estação de Tratamento (ETA) 1, que atende 70% da população. Continua valendo a divisão dos dois grupos que seguem alternando, setor verde e setor amarelo, conforme programação que tem início com interrupção para os bairros do setor verde.
Segundo o superintendente da Sanebavi, Jaderson Spina, a reversão para a modalidade inicial foi necessária devido aos baixos índices de chuva e à lenta recuperação das reservas. “Avaliando a instabilidade de captação dos mananciais superficiais, rios e córregos do município, em decorrência da escassez de água, e considerando também o baixo volume das represas, foi necessário retornamos à primeira modalidade. Com isso, conseguiremos maior recuperação dos reservatórios em vista da previsão de chuvas abaixo da média para o verão”, afirmou.
Outro ponto que subsidiou a tomada de decisão pela retomada do esquema 24hX24 horas foi uma análise feita pela autarquia durante a segunda etapa do rodízio, quando foi ampliado para dois dias consecutivos de fornecimento seguido de um dia de suspensão. Nesse esquema, o volume de água poupado foi de quase metade do que havia sido poupado no primeiro período. Embora ambos tenham sido fundamentais, na primeira modalidade do rodízio houve economia de 26,6% de produção de água e na segunda de 24h X 48 horas, a economia foi de 13,6%.
“Com a avaliação do índice chuvas registrado no mês de novembro estávamos esperando uma recuperação das reservas de água, o que permitiria a continuidade da modalidade 48h X24h por mais tempo”, disse Spina.
Somando o período total do rodízio, de 51 dias, foi registrada a produção de 732.594 m³ de água. Considerando a capacidade máxima de produção para o período, de 918 mil m³, foi alcançado o valor de 185.406 m³, que equivale a 20% poupados.
De acordo com dados da Defesa Civil, oito dos meses deste ano tiveram chuvas abaixo da média esperada e, para dezembro, a previsão permanece a mesma, índices pluviométricos abaixo da média.
“Esse longo período de seca desestabilizou os mananciais que abastecem o município, principalmente agora com o aumento da temperatura, quando a demanda de água é maior, portanto, o rodízio é imprescindível para evitar um colapso futuro”, disse o diretor do Departamento Estação de Tratamento de Água da Sanebavi, Gabriel Carvalho.
Na quarta, a represa 1 estava com 2,08 metros de nível, o que corresponde a 39.069 m³ ou 23,6% da capacidade. Foi necessário utilizar o volume da represa 2 para atender a população na modalidade de abastecimento 48h X24 horas e ela está atualmente com 66,1% da capacidade, equivalente a 193.383m³, o menor volume desde janeiro de 2021. Já a represa 3 obteve leve recuperação e atualmente está com 41% da capacidade.
De acordo com os dados da quarta (1º), o Rio Capivari operou em média com 40% da outorga, equivalente a 238m³/h, o Córrego Moinho operou em média com 55% da outorga, equivalente a 109m³/h. Já o Bom Jardim, apesar das chuvas, está operando com 54% da outorga, o que é equivalente a 107m³/h.
Para que a população não seja prejudicada com a falta de água durante as festividades de Natal e Ano Novo, a Sanebavi vai suspender o rodízio durante 10 dias. De 23 de dezembro até o dia 3 de janeiro o abastecimento ocorre normalmente para todos os imóveis, exceto nos dias 28 e 29, com suspensão de um dia para cada setor conforme programação.
“É muito importante que neste período de relaxamento do rodízio os moradores colaborem com a economia de água e uso consciente do recurso”, reforçou Spina. A continuidade ou suspensão definitiva do plano de rodízio no abastecimento de água vai depender de um conjunto de fatores, que inclui a recuperação dos reservatórios, o equilíbrio das captações e dos mananciais superficiais, além dos índices pluviométricos.
Uma série de ações para ampliar a oferta de água está sendo feita, entre elas a limpeza e recuperação dos poços profundos desativados, a reversão de um poço profundo construído no Distrito Industrial, assim como o uso do poço dentro da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Pinheirinho.
Também foi feita a reforma da barragem do Rio Capivari e substituição da bomba do recalque aumentando a eficiência; substituição da bomba e motor do recalque de água bruta do São Joaquim; ampliação da capacidade de bombeamento do recalque Pinheirinho; troca de hidrômetros e intensificação da operação caça-vazamentos para diminuição de perdas de água dos sistemas; elaboração de projeto para a implantação de dois novos reservatórios de 1 milhão de litros, na região do Observatório e Mirante.
Também foi feita a contratação de empresa especializada para estudos de macrodrenagem que subsidiará projetos para a construção de novas represas e ampliação das existentes. A Prefeitura ainda está negociando com Jundiaí, Louveira e Valinhos para a criação de um consórcio visando o aumento da outorga de água bruta do Rio Atibaia, que contribuirá com maior oferta de água ao moradores.