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segunda-feira, 2 dezembro, 2024

Falta de vidro complica entregas de cerveja long neck

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Indústria de vidro enfrenta problemas desde o ano passado, o que tem dificultado também o acesso às garrafas de vinhos e destilados

O verão de 2022 é um dos mais esperados pelo setor de bares e restaurantes. A clientela mais disposta a sair de casa, somado ao avanço da vacinação contra a Covid em todo o país, trazem esperança de que o setor recupere o movimento dos tempos pré-pandemia.

Há, porém, uma preocupação. A falta de vidro no mercado tem atrasado entregas e encurtado o estoque de long necks nos bares. O mesmo acontece com bebidas de valor mais alto em restaurantes, como o vinho e destilados. As principais fabricantes de cerveja afastam a possibilidade de desabastecimento. Mas o temor dos empreendedores do setor é que o movimento mais intenso cause uma escassez mais severa e prejudique o potencial de ganhos.

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o verão aumenta o faturamento em 30% nos estabelecimentos de cidades turísticas. Em municípios menores, a quantia chega a dobrar. Nas demais localidades, os empresários costumam ao menos contar com a maior disposição do cliente a sair de casa em dias quentes.

Empresários relatam dificuldades com a falta de vidro no mercado há pelo menos um ano, mas as vendas ainda mais fracas que o potencial instalado permitiram que se improvisasse soluções em caso de emergência.

A falta de embalagens em vidro não é assunto novo. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), o país passou por um longo período sem investimentos no ganho de produtividade e infraestrutura do setor, que culminou em escassez em 2020.

A paralisação causada pela pandemia do coronavírus nos mais diversos setores produtivos reduziu o número de pedidos. Quando houve retomada, as encomendas se acumularam com uma safra histórica de vinhos que o país produziu no ano passado.

Há ainda outro fator importante. Sem o bar de confiança aberto, o brasileiro intensificou o consumo de bebidas alcoólicas em casa. Para as cervejarias, em específico, isso significa uma maior procura por long necks e redução do consumo de embalagens retornáveis. “Era bola cantada desde o início de 2021 que não ia sobrar vidro. Quem não se antecipou terá produtos em falta”, afirma Lucien Belmonte, superintendente da Abividro.

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