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quinta-feira, 21 novembro, 2024

Em defesa do mundo cão

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Os programas de rádio e televisão sempre foram criticados, e algumas vezes impiedosamente massacrados, por mostrarem um mundo ao qual não estamos acostumados. Programas que relatam mortes, assaltos, agressões, estupros sempre deram – e continuam dando – boas audiências. Afanasio Jazadji, nos anos 1980, passava de um milhão de ouvintes só na região da Capital. Gil Gomes tinha seu público, assim como hoje Datena tem o seu.

Mas esses programas são benéficos se levarmos em conta que eles mostram que existe um outro mundo, que nós não conhecemos, ou pouco dele sabemos, onde pessoas matam por causa de um tênis de marca ou um celular. Onde maridos e companheiros agridem suas mulheres por qualquer motivo. Onde quadrilhas atacam carros que transportam dinheiro com armas pesadas e matam sem qualquer piedade. É o mundo cão, que acreditamos que nunca vai nos incomodar. Até sermos vítimas dessa gente.

Tem conserto? Tem, mas é preciso coragem. No caso de São Paulo, tivemos e ainda temos governos estaduais que brincaram e continuam brincando de segurança pública. No caso do Brasil, tivemos uma ideia idiota, partida de um deputado federal, Hélio Bicudo (na época no PT), que apresentou projeto para extinguir as polícias militares. Tivemos um governador que queria acabar com a Rota. E por fim, temos leis absurdas, que tratam réus confessos como “suspeitos”, cuja ressonância está na imprensa mequetréfe dos dias atuais.

Só como exemplo: no fim de semana a PM de Minas e a Polícia Rodoviária Federal enfrentaram uma quadrilha que pretendia assaltar o Centro de Distribuição de Valores do Banco do Brasil, uma espécie de caixa-forte de dinheiro de outros bancos. Essa quadrilha formava o chamado “Novo Cangaço”, invadindo cidades pequenas e tocando o terror, usando até moradores como escudos humanos. Para a imprensa mequetréfe e para defensores dos Direitos Humanos, aconteceu a morte de 26 “suspeitos”. Não se leva em conta o arsenal apreendido com a quadrilha, que incluía até metralhadoras .50, suficientes para derrubar um avião.

No dia-a-dia, o mundo cão está cheio de agressores, de assaltantes, de traficantes, de estupradores – gente que nós fingimos não saber. Ou não sabemos mesmo que existem. Não fossem os programas com noticiário policial, só viriam à tona os casos de maior repercussão, como o dos 26 mortos em Minas no fim de semana. E de forma tendenciosa, mostrando que eles, os bandidos, são vítimas, coitadinhos, gente que não tem oportunidade de estudar de trabalhar.

E coube à apresentadora Kátia Fonseca, da TV Bandeirantes, mostrar na tarde da quarta-feira (3), o fausto mundo das prisões. Com imagens que não deixam dúvidas. Churrasco farto dentro da cadeia, telefones celulares à vontade, bebida alcoólica, maconha e cocaína à vontade. Bandidos presos e condenados mostrando, no seu churrasco, espetos e enormes garfos. Ou seja, ostentando tudo o que é proibido dentro de uma prisão.

Enquanto houver governadores do tipo bunda-mole, secretários despreparados, e enquando se der voz a supostas organizações que defendem os tais “direitos humanos”, a situação só tende a piorar. Mais que válido um slogan repetido à exaustão pelo radialista, jornalista, advogado e ex-deputado estadual Afanasio Jazadji: Direitos humanos para os Humanos direitos.

Parece piada – Em plena conferência sobre o clima que acontece na Escócia, a secretária de Tesouro americana, mostrando-se “preocupada”, anunciou que os Estados Unidos vão aumentar o volume de financiamento a países que pretendem implementar programas que diminuam o aquecimento global. Justo os Estados Unidos, que devastaram suas florestas, que quase conseguiram extinguir o bisão, que levam suas guerras a todos os cantos do mundo. Soa como piada uma afirmação do tipo.

Outros líderes europeus foram no mesmo tom. Preocupam-se com a Amazônia, depois de destruir tudo o que tinham. O professor e doutor Enéas Carneiro, tido como louco nas eleições de 1989 (Meu nome é Enéas!), definiu bem a situação: Se os europeus estão preocupados com as florestas, poderiam reflorestar a Europa; estão preocupados com o nosso subsolo. O nióbio está aí para provar. Nada mais atual que um slogan usado por manifestantes contra a Guerra do Vietnam; “Yankee, go home!”

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