Uma clínica particular em Blumenau, no Vale do Itajaí, está praticamente sem data para fazer cirurgias de mudança de sexo já que o Estado de Santa Catarina vive um boom deste tipo de procedimento, só esta clinica já fez seis vezes mais cirurgias este ano do que o ano passado e alcançou a marca de 500 intervenções.
Para o pesquisador e professor do Núcleo de Estudos em Gênero e Saúde do departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Rodrigo Moretti, a diferença dos números mostra que o estado está em descompasso com a necessidade desta população.
“O alto número da rede particular indica que há demanda, que há pessoas que procuram e que precisam da cirurgia. Há uma demanda reprimida muito grande. O baixo número de encaminhamentos para a rede pública em SC indica que há um problema de identificação e para dar seguimento aos casos. Ele também significa que há poucas vagas disponíveis no SUS”, afirma Rodrigo.
Angel Sauer foi a paciente número 500 a realizar o procedimento na clínica particular em Blumenau. O local também foi escolhido pelas irmãs gêmeas Sofia e Mayla no começo do ano, e é referência no procedimento no Brasil. O responsável pela clínica, o médico José Carlos Martins, é quem realiza os procedimentos.
“Não lidamos apenas com estética, realizamos sonhos. Quando uma paciente chega até nós, ela vem cheia de dúvidas, de medos, muitas vezes sem nem saber direito quem é”, afirma José Martins.
Natural do interior de São Paulo, Angel mora há mais de cinco anos em Atlanta, no Estado Unidos. No ano passado ela veio a Blumenau para realizar a cirurgia de feminização facial e corporal. E no final do mês de setembro, voltou para realizar a cirurgia de readequação de sexo.
