Os ministros do STF (Supremo Taleban Federal) parecem competir entre si para mostrar quem tem mais divindades. Gilmar Mendes mostrou sua parte e agora parece ter sossegado um pouco. Cármen Lúcia também fez das suas, mas nada se compara ao ministro Alexandre de Moraes, conhecido também como Xandão do PCC – isso porque, como advogado, representou a facção.
Xandão, o Ofendido, não aceita críticas. O ex-deputado Roberto Jeferson foi preso por criticar. Sem inquérito, sem processo, sem julgamento. Bastou uma ordem de Xandão, o Onipotente, para ele ser levado à cadeia. Ordem do mesmo Xandão, que votou a norma que as pessoas só poderiam ser presas após o devido processo legal e esgotados todos os recursos.
Xandão, o Mentiroso, recheou seu currículo com inverdades. Afirmou ter feito doutorado e pós-doutorado na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, ao mesmo tempo. Coisa impossível de acontecer – primeiro se faz doutorado, e só com ele concluído se faz o pós-doutorado. Xandão, o Plagiador, copiou trechos de um livro espanhol e colocou em seu trabalho como sendo de sua autoria.
Há algum tempo, Xandão, o Ditador, mandou prender um deputado federal – sem inquérito, sem processo legal, sem condenação – por críticas ao STF. Volta e meia o mesmo STF, por meio de seus querubins e serafins, intimidam outras autoridades. A CPI da Pandemia, por exemplo, foi instalada por ordem celestial. O mesmo STF mandou que o governo garanta a segunda dose de vacinas contra a Covid. E há outro ministro querendo saber (investigar) se a Polícia Civil do Rio de Janeiro está cumprindo a ordem de não subir nos morros para prender marginais.
No fundo, todos nós gostaríamos de dar a Xandão outros atributos. Um deles poderia ser Xandão, o Valente. Para isso, bastaria que o ministro mandasse prender algum general. Mas ele tem coragem pra isso? E o Barroso? Tem peito para falar grosso com os militares?
ANSELMO BROMBAL
Jornalista