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quinta-feira, 28 março, 2024

Estudante de medicina se choca ao encontrar cadáver de amigo em aula de anatomia

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Durante a formação em cursos da área de saúde, como medicina, enfermagem e odontologia, os alunos se deparam com cadáveres de corpos não identificados nas aulas de anatomia. No entanto, não foi este o caso do estudante de medicina Enya Egbe, na Nigéria. O corpo a ser estudado em sala de aula era de um amigo dele, chamado Divine.     

Após identificar que o cadáver da aula de anatomia era do amigo, o futuro médico, na época com 26 anos, gritou e saiu correndo da sala. O episódio aconteceu na Universidade de Calabar, no estado nigeriano de Cross River, há sete anos.

Uma das alunas presentes na aula, Oyifo Ana, contou para a BBC que “a maioria dos cadáveres que usamos na escola [de medicina] tinha balas. Eu me senti muito mal quando percebi que algumas das pessoas poderiam não ser criminosas de verdade”. Segundo o relato, no período da manhã, um carro da polícia teria descarregado corpos ensaguentados, como o de Divine, na faculdade de medicina. O centro de educação também tinha um necrotério anexado.

Após se acalmar, o estudante enviou mensagens para a família do amigo. Os familiares alegaram que foram até diferentes delegacias em busca de notícias de Divine, mas não obtiveram informações. Segundo os relatos, a família estava sem contato com ele desde que o jovem fora preso com outros três amigos pela polícia.

Além de chocante, a história de Divine alerta para o desfecho de possíveis vítimas de violência policial na Nigéria. Atualmente, vigora no país uma lei que estabelece que “corpos não reclamados” em necrotérios do governo podem ser entregues para escolas de medicina. Além disso, o estado pode se apropriar de corpos de criminosos executados oficialmente, mas a última execução ocorreu em 2007. 

Por outro lado, investigações publicadas na revista médica Clinical Anatomy, em 2011, apontaram que 90% dos cadáveres usados ​​nas escolas de medicina nigerianas são “criminosos mortos a tiro”. Também é possível entender que algumas dessas pessoas eram suspeitos que foram mortos pelas forças de segurança. Segundo a BBC, a idade estimada desses cadáveres é de 20 até 40 anos, sendo que 95% são do sexo masculino e três em cada quatro são da classe socioeconômica mais baixa. 

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