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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Auditor do TCU, mora em Jundiaí e confirma à CPI que documento mostrado por Bolsonaro foi alterado

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A CPI da Pandemia ouviu nesta terça-feira (17) o morador de Jundiaí e auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Ele foi acusado de ter elaborado um “estudo paralelo”, no qual afirmava que metades das mortes por Covid-19 registradas oficialmente não teriam acontecido, mas contestou a informação e disse que os dados compilados por ele foram apresentados de maneira adulterada. 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou os argumentos de Alexandre, no dia 07 de junho, para afirmar que um “relatório” da corte teria apontando que 50% das mortes por Covid-19 teriam outras causas. O TCU negou a existência do documento à época e afastou Alexandre do cargo.

À CPI, Alexandre Marques afirmou que fez um levantamento de “algumas informações públicas para provocar um debate junto à equipe de auditoria” e que teria enviado o documento ao seu pai, em formato Word, sem o cabeçalho com o escrito “Tribunal de Contas da União”.

O pai de Marques é colega de Bolsonaro desde a época da Academia Militar das Agulhas Negras e trabalhou junto ao presidente no Exército. Segundo Alexandre, eles “mantêm contato”. O pai teria repassado o documento ao presidente, que apresentou o levantamento atribuindo-o oficialmente ao Tribunal e já com o cabeçalho incluso. 

“Minha indignação foi pelo fato disso ter sido atribuído ao TCU um documento que não era oficial. Vincular o nome do tribunal a isso achei irresponsável. Não houve determinação para elaborar esse documento. Nós temos nossa competência de prospecção”, declarou. Marques, no entanto, não afirmou quem teria sido o responsável pela modificação do documento.

Ao ser questionado sobre os motivos que o levaram, em primeiro lugar, a realizar tal levantamento, o auditor afirmou que é papel do TCU avaliar a qualidade dos dados publicizados.

Ele compilou informações do Portal da Transparência do Registro Civil – site mantido pela associação nacional dos registradores de pessoas naturais – e depois reportou o achado aos colegas, que, em conjunto na plataforma Microsoft Teams, descartaram que existisse suspeitas sobre um possível “conluio” para uma subnotificação de óbitos, narrou Alexandre. 

“Na conversa que tive com a colega que está coordenando o trabalho e que é aberta para toda a equipe, concordamos que seria impossível haver um conluio para, deliberadamente, supernotificar os casos de óbito de Covid-19”, disse.

Ao mostrar para o pai, o auditor afastado do TCU afirmou que a intenção era apenas compartilhar o trabalho da semana em um tom informal, e que “em nenhum momento passou pela cabeça que ele compartilharia o arquivo com quem quer que fosse”.

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