No último sábado (12), o presidente Bolsonaro liderou uma passeata de motociclistas, que agora passou a se chamar motociata (com c, e não dois esses). Mais de um milhão de motocicletas, segundo a contagem do pedágio da Autoban. O fato, divulgado em imagens postadas em redes sociais e pela televisão, recebeu críticas da mesma galera de sempre, sob os mais diferentes argumentos.
O governador-czar João Agripino Doria, anunciou que Bolsonaro está multado por não ter usado máscara. Outros assessores do imperador Doria anunciaram que a multa vai mais longe: Bolsonaro foi multado também por não estar com a viseira; três ministros, que estiveram no evento, também foram multados por não estarem com máscara, assim como seis deputados.
No domingo, o mi-mi-mi continuou. Não interessa à parte da imprensa que Bolsonaro seja popular. Ao contrário, essa parte quer vê-lo execrado. Jornais e emissoras de TV acostumados às polpudas verbas do governo em forma de publicidade, viram suas receitas despencarem no governo Bolsonaro. Aí a razão da choradeira.
Os mais de um milhão de motociclistas que estiveram no evento do sábado podem não ser unanimidade em apoio ao presidente – donos de motocicletas potentes gostam de coisas desse tipo. Muitos, certamente, estiveram lá só para passear e exibir suas máquinas. Mesmo assim, ajudaram. É recorde mundial.
Depois de sábado, é quase impossível acreditar em institutos de pesquisa como o Datafolha, que coloca o suposto e pretenso candidato presidiário bem à frente de Bolsonaro. É difícil engolir as imagens da CPI da Pandemia, com os senadores delinquentes apertando a vida de médicos, ministro e ex-ministros, como autoridades fossem esses delinquentes.
Fala-se agora que o pessoal da esquerda vai dar o troco, promovendo algo semelhante. Para isso há um problema logístico: haverá pão com mortadela para todos?
ANSELMO BROMBAL
Jornalista
