Os dois jovens brancos que indevidamente acusaram o instrutor de surfe Matheus Ribeiro, de 22 anos, até então sem identificação, perderam seus empregos.
A história ganhou repercussão depois que Ribeiro, que é negro, foi abordado pelo casal no sábado (12), no bairro do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, e acusado de ter roubado sua própria bicicleta elétrica.
A Polícia Civil já identificou a mulher como Mariana Ribeiro Spinelli,de 26 anos. Professora de dança, Spinelli foi dispensada de dois empregos, tanto na escola Espaço Vibre e Espaço 2L, que repudiaram a conduta da acusada.
Já o rapaz que aparece nas imagens foi identificado como o designer Tomás Oliveira. Ele trabalha em uma rede de papelaria, roupas e decoração Papel Craft do Shopping da Gávea.
A conduta do casal, que ganhou proporções nas redes sociais, foi repudiada pelas respectivas empresas que decidiram dispensar os envolvidos, até porque clientes cobraram tal atitude.
Em nota, a Espaço Vibre, onde trabalhava Spinelli declarou “estar consternados com o que tomamos conhecimento e tratando o assunto com toda a gravidade que ele merece. Racismo é crime e não vamos compactuar com isso. A professora envolvida no ato foi demitida e já não faz mais parte do nosso quadro de funcionários”.
Entenda o caso
O casal abordou Matheus Ribeiro, que estava parado ao lado de sua bicicleta, perto do shopping, enquanto aguardava a namorada, quando sofreu a acusação e começou a gravar um vídeo instantes depois.
Nas imagens o rapaz que acusa Matheus tenta abrir o cadeado da bicicleta do instrutor de surfe. Diante da tentativa frustrada, ele pede desculpas, diz que não acusou Ribeiro de roubo e vai embora.
O vídeo caiu na rede ontem (15) e teve mais de 1,5 milhões de visualizações, somando as redes de Ribeiro e outros perfis no Twitter.
O casal e o instrutor de surfe foram intimados pela delegada Natacha Alves, da 14ª DP para esclarecer o caso. Spinelli foi identificada pela polícia porque ela mesma foi à delegacia para prestar ocorrência sobre o furto de sua bicicleta elétrica. A polícia ainda não identificou o rapaz oficialmente.
Nascido e criado no Complexo da Maré, comunidade da zona norte do Rio, Ribeiro trabalha desde 2018 como instrutor de surfe, e se tornou uma referência por incentivar o esporte na periferia. A bicicleta foi adquirida há quatro meses por R$ 4,5 mil.