O baixo nível de chuvas nos últimos meses obrigou o Governo Federal a criar um plano de ações para evitar uma possível crise energética. De acordo com o governo, o volume de chuva registrado desde outubro é o menor dos últimos 91 anos.
O armazenamento de água nesses reservatórios atualmente é o menor para essa época desde 2015 e bem próximo do registrado em 2001, quando o país passou por um racionamento de energia.
O comitê de crise é composto por representantes dos ministérios de Minas e Energia, Desenvolvimento Regional e Infraestrutura, além de órgãos como Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Nós estamos já numa sala de situação com a participação de órgãos do governo, da ANA e Ibama, fazendo avaliação de como que a gente pode trabalhar para ter uma disponibilidade hídrica suficiente para a gente enfrentar esse período seco”, disse a secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira.
Entre as ações, que devem ser apresentadas em 15 dias, estão inclusas medidas como redução da vazão de parte dos reservatórios, o que deve levar à suspensão temporária no tráfego de embarcações em algumas hidrovias, como a Tietê-Paraná, que foi reatiava em 2016.
O motivo da mobilização do governo é a situação dos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por mais da metade da capacidade de geração do país.
“É muito preocupante não só pela geração de energia, mas também pelos impactos na agricultura e disponibilidade de água nas grandes cidades”, afirmou o doutor em física pela Universidade de São Paulo (USP), Pedro Artaxo.