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quarta-feira, 24 abril, 2024

“Godzilla vs Kong” abusa da destruição e da paciência do espectador

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Chegou na última quinta-feira (29) aos cinemas brasileiros (que estão novamente tentando retomar as suas atividades, graças a algumas restrições que tiveram certa folga na quarentena, agora em Maio) “Godzilla vs Kong”, filme esse que, a julgar pelos trailers, não estava afim de economizar na porradaria e destruição que seria fruto do encontro dos maiores monstros da ficção, literalmente. Godzilla e King Kong já se encontraram (e consequentemente, já saíram na porrada) em 1962, em um filme batizado com o título invertido: “King Kong vs Godzilla”, esse uma coprodução entre Japão e Estados Unidos, o que não ocorre dessa vez, tendo em vista que o filme de 2021 é um longa-metragem produzido pela Legendary Pictures e Warner Bros. Parceria essa, de longa data e que já rendeu ótimos frutos ao cinema de ação e aventura hollywoodiano. Aqui o objetivo do filme (fora lucrar milhões com a luta de monstros colossais) é cimentar o que, informalmente, tem sido chamado de “Monsterverse”, em suma, um “universo compartilhado cinematográfico de monstros”. Ou seja, já que a Marvel assim o fez, agora todo mundo quer, né?

King Kong vs Godzilla, de 1962, uma coprodução entre Japão e Estados Unidos e que rendeu o primeiro embate dos monstros gigantes mais famosos do cinema

Bom, o filme inicia e, sem dar spoilers, a gente logo nota que realmente trata-se de uma sequência que tenta abraçar tanto “Kong – A Ilha da Caveira” (2017) quanto “Godzilla 2: O Rei dos Monstros” (2019). Nós somos brevemente apresentados ao núcleo humano do filme (de longe, o ponto mais fraco que será detalhado mais adiante, aqui nesse texto) e ali começam a surgir os pretextos (alguns sem muito sentido) para que o famoso macacão seja removido de seu habitat natural e lógico, isso o coloca na rota de colisão com o famoso lagartão gigante. E logo de cara, dá para notar que grandes explicações ou um roteiro interessante não serão trabalhados adequadamente (o que serviria, ao menos, para tentar entreter o espectador entre uma batalha e outra). O elenco traz o retorno de Millie Bob Brown (que já havia feito o último filme do Godzilla) e os pouquíssimos inspirados Rebecca Hall (Homem de Ferro 3), Brian Tyree Henry (que realmente se esforça para ser o alívio cômico do filme) e Alexander Skarsgard (que eu sinceramente, não sei o que está fazendo nesse filme, fora receber seu cachê, claro).

Bom, é luta que queremos ver né? E isso o filme entrega até que de maneira visualmente impactante, dando para notar bem a escala das criaturas e a Warner Bros. não economizou mesmo na destruição (na vida real, o prejuízo financeiro da construção civil, assim como a quantidade de vítimas fatais seria absolutamente impossível de se contabilizar). E aqui, começa o meu desabafo pessoal: O filme tinha tudo para entregar uma diversão escapista mais empolgante, se não fosse o fato de sermos obrigados a assistir 30, 40, 45 minutos de uma história absolutamente enfadonha, desinteressante e que não faz o menor sentido lógico, entre uma batalha e outra do filme. Aqui, até é apresentado novamente um conceito de “Terra Oca” mas que é logo descartado e fica em segundo plano. Logo, eu me vejo obrigado a pensar assim: ou o estúdio (Warner) ignora completamente o enredo e a história e preenche as intermináveis duas horas de duração do longa com inúmeras batalhas e inúmeras criaturas, ou que capriche um pouquinho mais na história, que eu entendo perfeitamente que não é o foco, mas que não deixa de ser uma recompensa que o público mereça, ao meu ver. Não há necessidade de se abusar tanto da paciência de quem ao menos, tentou prestigiar o filme.

Godzilla vs Kong custou US$ 160 milhões de dólares aos cofres da Warner Bros. porém trouxe um retorno interessante ao HBO MAX, streaming do estúdio.

O filme custou US$ 160 milhões de dólares aos cofres do estúdio e já havia estreado no final de Março nos Estados Unidos, tanto no HBO MAX, quanto nos cinemas que por lá, vão aos poucos, voltando para a sua normalidade. E esse investimento todo colocado na computação gráfica do filme realmente fez a diferença, mas graças todos os problemas citados anteriormente, tive novamente a minha experiência com esses filmes de grandes embates (Fulano “versus” Ciclano), assim como a minha experiência com esses longas de embates de monstros gigantes, prejudicadas. Se você estiver absolutamente curioso para assistir, estiver precisando em demasia sair de casa para ir ao cinema, recomendo que, primeiramente, você o faça com todo cuidado, afinal, ainda estamos em uma pandemia. Álcool em gel e máscara no cinema são absolutamente necessários para diminuir (e não eliminar) o risco de se contaminar. E em segundo lugar, realmente vá pela sua curiosidade, por sua conta e risco. Se assim como eu, você também não achou os últimos filmes do Godzilla, nem o último King Kong, muito empolgantes, infelizmente não é aqui que você será recompensando, meu (minha) amigo (a). Eu deixaria esse passar batido, sinceramente.

Felipe Gonçalves

Apresentador do Novo Dia Geek

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