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sexta-feira, 29 março, 2024

“A Mulher na Janela” não é Hitchcock mas entrega suspense que entretém

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Chegou recentemente ao catálogo da Netflix, “A Mulher na Janela” (2021), estrelado por Amy Adams e dirigido por Joe Wright (de Orgulho e Preconceito e O Destino de Uma Nação), que adapta livro homônimo publicado em 2018, escrito por A.J. Finn. Na trama, Amy vive a psicóloga infantil Anna Fox, que vive sozinha em Manhatan, Nova York, enclausurada há 10 meses, aonde trata reclusa de uma fobia que a impede de sair na rua e que se depara com uma cena explícita de assassinato na janela dos novos vizinhos, que se mudaram para frente de sua casa. Como Anna, além do tratamento com psicólogo é medicada e ingere bastante bebida alcoólica para esquecer os próprios problemas, ela própria (como as poucas pessoas ao seu redor) começa a se perguntar se realmente aquilo aconteceu.

Anna Fox (Amy Adams), sem poder sair de casa, observa estarrecida mulher que precisa de ajuda. Ou é o que aparenta estar acontecendo.

O filme que tem 1 hora e 40 minutos de duração (o que eu acho particularmente muito acertado, afinal, o longa passa-se o tempo todo praticamente dentro do apartamento de Anna) tem todas as suas atenções voltadas para Amy Adams e não poderia ser diferente, creio eu. Além dela, o elenco é recheado de participações maravilhosas como de Tracy Letts (Homeland), Wyatt Russell, Anthony Mackie (o Falcão dos filmes da Marvel), Julianne Moore e Gary Oldman (vencedor de um Oscar). Logo de início, o filme faz claríssima menção ao trabalho de Alfred Hitchcock, brilhante diretor que mudou a trajetória do suspense no cinema e aqui, traz para si a comparação com “Janela Indiscreta”, filme de 1954, um clássico absoluto do suspense e que tem uma premissa absolutamente parecida. Nesse caso, não creio que a comparação seja benéfica, principalmente para “A Mulher na Janela” que, definitivamente, não é Alfred Hitchcock. É suspense, mas é outra coisa.

Cena de Janela Indiscreta, dirigido por Alfred Hitchcock em 1954. Clássico absoluto do suspense.

Deixando os comparativos de lado, ao conferir o filme noto que uma das grandes funções do suspense é manter o espectador envolto em mistério e, portanto, prender a sua atenção e lhe manter tensão do início ao fim, e isso o filme conseguiu, ao menos para mim. Se não tem uma trama absolutamente genial, o caprichado filme me entregou uma trama envolvente, que vai confundindo e seduzindo o espectador, mostrando tudo pelo ponto de vista de uma pessoa absolutamente quebrada, que ora tenta melhorar, ora joga a toalha, tendo a sua situação mental prejudicada por conta de um isolamento social forçado (o que faz paralelo e dá para se identificar totalmente com a situação de pandemia e quarentena que estamos vivendo).

Gostei muito da direção de Joe Wright, assim como achei a edição e montagem muito inventiva, trazendo tensão em diálogos e momentos absolutamente simples, o que denota a boa e velha criatividade que me agrada muito no cinema. É possível ficar tenso mesmo em uma cena de um simples dialogo? Na mão do diretor habilidoso, sim. O filme não tem agradado a crítica especializada de maneira geral mas creio que isso não deva ser exatamente um impeditivo para que você possa conferir o filme. Como disse, fui apenas conferir por curiosidade e acabei por me deparar com um suspense intrigante. O roteiro, fica a cargo de Tracy Letts, que citei a pouco como parte do elenco (vivendo justamente o terapeuta que trata de Ann).

Gary Oldman e Amy Adams, em momentos decisivos de “A Mulher na Janela”: talento de sobra da dupla de atores

“A Mulher na Janela” é entretenimento, é suspense, vai te deixar inquieto e intrigado, considerado aqui um bom passatempo. Deixo aqui a minha recomendação para que você possa conferir com seus próprios olhos (sem espiar através da cortina, como a personagem faz com a vida alheia). O Novo Dia Geek é o quadro de cinema, séries e cultura pop do Novo Dia Notícias que vem semanalmente trazer novidades e dicas para você e que, ocasionalmente, rende resenhas com opinião sobre os lançamentos do streaming e cinema. Bom filme para você!

Felipe Gonçalves é apresentador e colunista no Novo Dia Geek

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