Os cientistas previram que teremos o pior momento da pandemia no dia 24 de abril. Se até lá estivermos vivos. Se até lá ainda existir mundo. No nosso caso, merecemos ser vítimas do descaso, da politicagem que se tornou a Saúde, da guerra de egos e da irresponsabilidade de nossos governantes.
Por aqui, serviços de Saúde são um favor, quando deveriam ser uma obrigação. Noticia-se com alarde tudo o que pode ser traduzido em votos, agora ou no futuro. E nada sai de graça. O governo paulista, por exemplo, tirou dinheiro da Saúde para fazer publicidade de seus feitos. Divulga-se a entrega de vacinas produzidas no Instituto Butantan como a salvação do País. Tudo balela.
No seu ímpeto de afrontar o Governo Federal, o governador paulista anunciou descaradamente que o Butantan teria uma vacina totalmente desenvolvida e produzida por aqui. Seria a auto suficiência das vacinas. Descobriu-se, no dia seguinte, que era mais uma mentira. A vacina era norte-americana. Mas seus eternos capachos aplaudiram o anúncio.
Merecemos a atual crise. Fomos nós que escolhemos nossos governantes, nossos representantes. Fomos nós que acreditamos que essa matilha só queria fazer o bem. Fomos nós que ouvimos seus discursos inflamados cheios de soluções para problemas centenários. Principalmente os relacionados à Saúde, que nunca foi levada a sério como deveria. Fomos nós que ouvimos de um boquirroto presidente que construir estádios de futebol era mais importante que construir hospitais.
Na essência, continuamos sendo um povinho. De nada adianta internet 5G; ou carros ultra modernos; ou de uma aviação que compete com as melhores do mundo. No fundo, continuamos colonizados, com mentalidade de vassalos, aceitando tudo – e sem questionar – o que os senhores feudais nos impõem. Para o mundo, somos a Covidland. Welcome!